CUIDADOS

Calor e multidão: saiba como se prevenir da dengue no carnaval

Saúde estima mais de 300 mil casos de dengue em todo país. O ministério também confirmou 54 mortes pela doença no país. DF inicia vacinação nesta sexta (9/2)

Casos de dengue podem aumentar no país à medida em que os festejos de carnaval se aproximam, estimam especialistas. A relação entre a proliferação da dengue na folia tem a ver com o comportamento do mosquito Aedes aegypti. 

Adeptos à multidão e ao calor, as aglomerações de bloquinhos e desfile de carnaval são ambientes propícios à circulação do mosquito, que tem hábitos diurnos, especialmente nas primeiras horas da manhã e no final da tarde, de acordo com Henrique Lacerda, infectologista do Hospital Brasília, da rede Dasa, no DF.

De acordo com o coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alexandre Naime Barbosa, o mosquito também "gosta" de ambientes chuvosos e se sente "atraído" pelo gás carbônico emitido na expiração. 

Além dos hábitos do inseto, a proliferação da doença pode ocorrer pelo resto de água em recipientes durante o carnaval. "O acúmulo de água em garrafas, pneus e pratos de plantas também oferece condições ideais para a proliferação das larvas do Aedes aegypti", afirmou o infectologista Henrique.

Como prevenir

Uma das formas de se proteger da dengue é tomar a vacina Qdenga. Atualmente, o imunizante no Sistema Único de Saúde (SUS) está restrito a crianças de 10 e 11 anos. Na rede privada, o valor da aplicação da Qdenga gira em torno de R$ 700, as duas doses.

Diante disso, o infectologista reforçou a necessidade se usar repelentes sem moderação. "A eliminação desses criadouros e o uso de repelentes com concentrações adequadas de DEET (acima de 30%) ou Icaridina (acima de 20%) são imprescindíveis", contou.

Outra forma de se prevenir, acrescentou ele, é usar roupas que cubram a maior parte do corpo. A limpeza dos ambientes festivos para evitar criadouros também foi enfatizada pelo especialista.  

Cenário demanda atenção

Dados do Ministério da Saúde apontam para um cenário preocupante dos casos de dengue no país. Segundo a pasta, em informações publicadas nesta sexta-feira (9/2), 53 mortes pela doença foram registradas só neste ano (com aumento pontual nesta semana, já que na terça-feira (6/2), o número de óbitos estava em 40).

O Distrito Federal, uma das unidades da federação que mais chamam a atenção no enfrentamento à dengue, registrou nove mortes pela doença até hoje, de acordo com o painel do Ministério da Saúde. O DF está atrás do Paraná e de Minas Gerais. Ambos registraram 10 óbitos de dengue esse ano.

O DF, para combater a disseminação de dengue, executou uma série de medidas, como a instalação de um hospital de campanha na região administrativa de Ceilândia para atender apenas pacientes com suspeita e confirmação de dengue.

A capital federal também iniciou a aplicação da vacina Qdenga nesta sexta-feira, em 15 postos de saúde. Foram recebidas 71.708 doses para as crianças na faixa etária determinada pelo governo federal. 

 

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