Mesmo sem pisar em Marte, o ser humano já deixou lixo no planeta. Para o pesquisador e pós-doutor em robótica aeroespacial da Universidade de West Virginia Cagri Kilic, há cerca de 7 toneladas de destroços espaciais no planeta vermelho. O mais recente "destroço" em Marte é o helicóptero Ingenuity, da Nasa, que parou de funcionar e teve as atividades encerradas na última semana.
Esse lixo inclui pedaços de equipamento de pouso metálico, escudos térmicos, paraquedas usados, pás de motor cortadas, brocas e até redes de tecido. Consultado sobre a situação do lixo espacial em Marte, o professor Cagri Kilic, que também leciona engenharia aeroespacial na Universidade de West Virginia, compara a quantidade de resíduos no planeta ao "peso de um elefante adulto".
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Origem do lixo
Destroços de naves e outros equipamentos espaciais que não resistiram às condições de temperatura e pressão ou que deixam rastros sólidos em Marte compõem o lixo espacial do planeta vermelho. Os exemplos incluem o módulo de aterrissagem Mars 2 da Rússia, que se tornou o primeiro objeto feito pelo homem a tocar a superfície de Marte quando fez um pouso forçado em maio de 1971.
Há também a Beagle 2, a espaçonave britânica que pousou no Planeta Vermelho em dezembro de 2003, mas não resistiu às condições do planeta e caiu.
Sustentabilidade espacial
O professor James Blake, pesquisador de detritos espaciais da Universidade de Warwick, defende que as futuras missões a Marte deveriam ser “projetadas com a sustentabilidade em mente”. Isto poderia ser projetos de espaçonaves que não descartam componentes quando pousam em Marte, ou podem retornar à Terra quando sua missão terminar.
“É comum que as missões espaciais descartem detritos, e rovers ou helicópteros às vezes se deparam com campos de detritos durante a exploração”, disse o Dr. Blake ao jornal britânico MailOnline.
Futuras missões tripuladas a Marte poderão recolher lixo espacial. “Se e quando os humanos migrarem para Marte, os destroços terão sido enterrados em poeira”, acrescentou o Dr. Blake.