A Família Real britânica comunicou pelas redes sociais, na última segunda-feira (5/2), que o Rei Charles III, de 75 anos, foi diagnosticado com um câncer. Recentemente, ele estava internado para tratar um crescimento benigno da próstata, mas o Palácio de Buckingham confirmou que durante a permanência no hospital, foi descoberto um outro tipo de tumor maligno — mesmo não tendo sido apontado o tipo de câncer.
O anúncio sobre a saúde do monarca inglês reforça o alerta divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em seu mais recente relatório. O documento aponta que um a cada quatro homens entre 60 e 79 anos no mundo tem ou vai desenvolver algum tipo de câncer. Cerca de 20 milhões de pessoas foram diagnosticadas em 2022 e a expectativa é de que esse número ultrapasse os 35 milhões de novos casos em 2050. Isso significa que nas próximas décadas, uma a cada cinco pessoas terá câncer em alguma fase da vida.
O relatório da OMS, informa ainda que considerando a prevalência de 5 anos da doença, aproximadamente 53,5 milhões de pessoas estão vivendo com câncer em todo mundo, sendo que 1,6 milhões delas estão no Brasil. Do total de casos em 2022, 278.835 morreram, principalmente de tumores de pulmão, mama feminino e colorretal.
De acordo com o Dr. João Nunes, oncologista da Oncoclínicas Brasília, dois elementos agem conjuntamente para a alta dos números de câncer, são eles: o aumento da expectativa de vida e o estilo de vida. “O estilo de vida ocidental, no qual a ingestão de alimentos industrializados atuam como fatores promotores do câncer através da obesidade, síndrome metabólica, permitindo a circulação de substâncias pró-inflamatórios, além de exposição ambiental a várias substâncias tóxicas seja no ar respirado, seja nos alimentos ingeridos, conseguem atuar durante muito tempo no organismo, induzindo alterações nas nossas células, levando a erros no processo de multiplicação celular pois estamos vivendo mais”, apontou.
Com o envelhecimento, a capacidade biológica de identificar células que estão se dividindo de forma anormal também perde performance. “Desse modo, temos o encontro perfeito de dois fatores; exposição prolongada e expectativa de vida elevada. Se analisarmos os três principais tumores da população masculina, todos têm forte relação com questões relacionadas ao estilo de vida”, abordou o Dr. João Nunes.
*Estagiária sob supervisão de Ronayre Nunes
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