Mobilização geral

Se prevenimos na adolescência, conseguimos diminuir bastante os riscos na idade adulta. Estamos vendo que a taxa de suicídio que está aumentando, feminicídio, depressão, ansiedade. Devemos proteger a infância e a adolescência, ter amparo nas escolas, uma mobilização geral, porque eles são muito mais vulneráveis, não podem ser negligenciados. O estudo mostra que independe do tipo de substância, mas da vulnerabilidade do adolescente. Seja qual for a droga, ela vai ser perigosa do mesmo jeito. O outro dado importante é que o aumento dos sintomas psiquiátricos foi detectado mesmo com nível de consumo relativamente baixo. Então, não adianta achar que está seguro porque está usando pouco. As minhas práticas incluem fazer um rastreio de pacientes que têm certa predisposição e entrar numa discussão ampla sobre a questão da liberação das drogas. Os adolescentes vão ter muito mais liberdade, por exemplo, com a maconha ou outras drogas se eles forem expostos. Um cérebro em desenvolvimento é muito mais vulnerável a quadros psicóticos, suicídio.

Fábio Leite, psiquiatra do Hospital Santa Lúcia Norte, em Brasília

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