BEM-ESTAR

Contato com natureza pode reduzir problemas de saúde mental em idosos

Estudo publicado na revista 'Health & Place' aponta que classificação de saúde como regular ou ruim é mais comum em pessoas que vivem distantes de áreas verdes

Um estudo da Universidade Estatal de Washington revelou que a proximidade com áreas verdes e azuis, como rios e lagos, pode estar associada a uma melhor saúde física e mental em pessoas idosas. O artigo foi publicado na edição de janeiro da revista científica Health & Place.

Segundo a pesquisa, um aumento de 10% na disponibilidade desses espaços reduz a probabilidade dessas pessoas de classificarem a própria saúde como fraca ou regular. O aumento de 10% na proximidade com esses espaços também está relacionado à redução do sofrimento psicológico grave, que requer tratamento profissional.

Primeiro autor do estudo, Adithya Vegaraju, estudante de medicina na WSU Elson S. Faculdade de Medicina Floyd, destaca que entender impacto da disponibilidade de áreas verdes é importante na prevenção do adoecimento psicológico, visto que idosos com problemas de saúde mental têm maior resistência a procurar psicoterapia ou ajuda médica. “Se a exposição a espaços verdes ou azuis pode ajudar a prevenir, retardar ou mesmo tratar problemas de saúde mental em adultos mais velhos, precisamos de olhar para isso", argumenta. 

Os dados da pesquisa, segundo os autores, apontam que a diminuição de áreas verdes é não só um problema ambiental, mas também de saúde pública. “É possível que o acesso desigual a espaços verdes e azuis esteja perpetuando as desigualdades de saúde entre os idosos que vivem em áreas urbanas”, afirma o artigo.

Para chegar a esse resultado, pesquisadores coletaram dados de mais de 42 mil pessoas com 65 anos ou mais que viviam no perímetro urbano do estado de Washington entre 2011 e 2019. Embora não seja a primeira análise que relaciona contato com áreas verdes e saúde mental, o estudo é um dos primeiros a focar no público mais velho nos Estados Unidos.

O próximo passo para o autor sênior do estudo, Solmaz Amiri, professor assistente de investigação na Faculdade de Medicina da WSU e investigador no Instituto de Investigação e Educação para o Avanço da Saúde Comunitária (IREACH), é entender se esse acesso pode influenciar na incidência de declínio cognitivo ou demência.

 

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