Reservas de água subterrânea em partes do mundo estão em declínio e podem acabar. A constatação foi feita por meio de uma pesquisa realizada pelo Programa de Estudos Ambientais da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Os resultados do estudo Declínio rápido das águas subterrâneas e alguns casos de recuperação em aquíferos em todo o mundo foi publicado nesta quarta-feira (24/1), pela revista científica britânica Nature.
No estudo, foram levantados 170 mil poços de água em 40 países. Em porcentagem, os pesquisadores analisaram 75% de todos os aquíferos que se têm conhecimento no globo. Esse foi primeiro estudo feito com níveis de águas subterrâneas.
A iniciativa, de acordo com os cientistas, contribuirá na compreensão do impacto de ações humanas nos aquíferos, como as mudanças climáticas ocorridas em decorrência de atos antrópicos. Os aquíferos são muito úteis à vivência humana, sobretudo em locais que sofrem com estiagens.
Por isso, as reduções dos níveis das águas subterrâneas podem dificultar o acesso das pessoas à água limpa para beber ou para irrigar plantações, o que denota impactos na saúde e na economia.
“Este estudo foi movido pela curiosidade. Queríamos compreender melhor o estado das águas subterrâneas globais, analisando milhares de medições do nível das águas subterrâneas”, contou a coautora Debra Perrone.
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Detalhes
Os autores constataram que os níveis de águas subterrâneas diminuíram, entre os anos 2000 e 2022, 71% em 1.693 sistemas. Os níveis diminuíram mais de 0,1m por ano em 36%, o que corresponde a 617 dos locais analisados.
Um exemplo foi o aquífero Ascoy-Soplamo, na Espanha, um armazenamento subterrâneo que reduziu uma média de 2,95m por ano, no período analisado pelos pesquisadores. Para compreender se as reduções observadas no Século 21 estavam acelerando, a equipe também acessou dados sobre os níveis das águas subterrâneas de 542 dos aquíferos no período entre 1980 e 2000.
Nesta amostra, foi descoberto que o declínio dos níveis das águas subterrâneas no mundo acelerou nas primeiras duas décadas do século 21 em 30% desses aquíferos, ultrapassando as reduções registadas nas duas décadas anteriores.
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