Três subgrupos de pacientes

Tumor de mama: há eficiência na combinação de tratamentos específicos  -  (crédito: Freepik)
Tumor de mama: há eficiência na combinação de tratamentos específicos - (crédito: Freepik)

Cientistas do Centro de Câncer Cedars-Sinai, nos Estados Unidos, realizaram uma grande análise das células de câncer de mama triplo-negativo, antes e após a radioterapia combinada com imunoterapia. O estudo, descrito na revista Cancer Cell, revelou três grupos distintos de pacientes com respostas variadas ao tratamento.

O câncer de mama triplo-negativo é notório pela sua agressividade, pacientes geralmente recebem tratamento pré-cirúrgico para reduzir tumores, quando a imunoterapia desempenha algum papel no combate à doença. Para o trabalho, os cientistas focaram na combinação de radioterapia e imunoterapia, analisando os tumores de 34 pessoas.

Os resultados destacaram a influência positiva da radioterapia na resposta imunológica, oferecendo visões importantes para o futuro de ensaios clínicos e abordagens específicas. Conforme o artigo, pacientes com esse tipo de tumor enfrentam desafios no tratamento, agora, os estudiosos confirmaram, que para algumas pessoas, a combinação avaliada pode desencadear uma resposta imunitária eficaz contra o tumor antes da cirurgia.

Para Simon Knott, cientista do Cedars-Sinai Cancer e autor sênior do estudo, a descoberta poderá evitar que pacientes sejam submetidos a abordagens muito incisivas, associadas a efeitos colaterais. "Isso poderia nos ajudar a empregar nossas opções de tratamento mais agressivas somente quando mais necessário", contou o cientista, em nota.

Elisa Porto, oncologista da Oncoclínicas Brasília, sublinha que as descobertas podem auxiliar na compreensão dos mecanismos da doença, na identificação de alvos terapêuticos e no desenvolvimento de abordagens de medicina personalizada. "Ao analisar os padrões de expressão gênica em resposta a diferentes tratamentos, poderemos avaliar sua eficácia, toxicidade, mecanismos de ação, prever respostas a drogas e otimizar a dosagem e combinações de estratégias."

Segundo a especialista, é consenso na comunidade científica que o câncer é uma doença heterogênea, o que explica a diferença das células cancerígenas entre pacientes e entre tumores da mesma pessoa. "O conceito de medicina de precisão tem revolucionado o campo da oncologia. Associando critérios clínico-patológicos com o perfil molecular, podemos criar estratégias de tratamento adaptadas às necessidades de cada pessoa." (IA)

 

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postado em 14/01/2024 04:00
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