Terceira idade

Taxas elevadas do colesterol "bom" são associadas a risco de demência

O colesterol bom é um lipídio fundamental para a composição de algumas membranas celulares. Mas, de acordo com o estudo publicado pela revista científica The Lancet Regional, altos níveis podem estar ligados a maior chance de perda cognitiva

Os responsáveis pelo estudo destacam que os altos níveis de HDL observados foram incomuns e não relacionados à dieta, ponderando ser mais provável algum tipo de distúrbio metabólico -  (crédito:  Picture of Drazen Zigic/Freepik)
Os responsáveis pelo estudo destacam que os altos níveis de HDL observados foram incomuns e não relacionados à dieta, ponderando ser mais provável algum tipo de distúrbio metabólico - (crédito: Picture of Drazen Zigic/Freepik)

Um estudo recente publicado pela revista científica The Lancet Regional Health — Western Pacific relata uma associação entre níveis excessivamente altos do colesterol “bom”, o (HDL-C), em idosos inicialmente saudáveis e um maior risco de demência. A análise foi conduzida por pesquisadores da Universidade Monash, na Austrália.

De acordo com o trabalho científico, as descobertas podem ajudar a reconhecer grupos de idosos, principalmente entre aqueles com mais de 75 anos, que estejam em maior risco e potencial de desenvolver a doença. Os responsáveis pelo estudo destacam que os altos níveis de HDL observados foram incomuns e não relacionados à dieta, ponderando ser mais provável algum tipo de distúrbio metabólico.

Em contrapartida, aqueles que apresentaram níveis normais de HDL tiveram menor frequência de doenças cardiovasculares e diabetes.

Isso porque se o colesterol em baixa densidade — chamado LDL, estiver em excesso se deposita nas paredes das artérias formando placas que podem causar obstrução e consequentemente, problemas cardíacos como o infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Porém, quando o colesterol se junta a lipoproteínas de alta densidade — o DHL-C, ele remove o excesso de LDL do sangue, e por isso é considerado positivo e ligado a menores riscos de doenças cardiovasculares. No entanto, os trabalhos recentes têm apontado um possível efeito negativo do HDL muito acima do normal e a perda cognitiva.

O novo estudo publicado na Lancet analisou informações de 18.668 indivíduos acima de 70 anos, sem diagnóstico de demência, que participaram de um teste clínico sobre o uso de aspirina entre idosos. Os dados foram avaliados num período de 6,3 anos.

Foi observado também que os idosos com mais de 75 anos que tinha o HDL-C extremamente alto no início do acompanhamento apresentaram 27% mais chance de desenvolver demência do que aqueles participantes com níveis normais do colesterol bom.
Veja aqui o estudo publicado.

* Estagiária sob supervisão de Roberto Fonseca

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

postado em 04/01/2024 17:16 / atualizado em 04/01/2024 17:27
x