Um painel mediado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) na 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28) discutiu a potencialidade da América Latina no uso de biocombustíveis. O debate, promovido no na Casa da Agricultura Sustentável das Américas, pavilhão instalado pelo IICA, reuniu mais de 70 mil integrantes na terça-feira (5/12).
Durante o evento, os painelistas destacaram que os países latinos tem nos biocombustíveis, pela produção agropecuária sustentável e desenvolvimento industrial, uma alternativa para reduzir as emissões de gases de efeito estufa do setor de transporte.
Participaram do painel o Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA), Evandro Gussi; a presidente da Federação de Biocombustíveis da Colômbia (Fedebiocombustibles), Carolina Rojas Hayes; Gustavo Idígoras, da Câmara da Indústria de Óleo da República Argentina-Centro de Exportadores de Cereais (CIARA-CEC); e Julio Minelli, presidente da Associação de Produtores de Biocombustíveis do Brasil (APROBIO).
“Em uma visão realista, a mobilidade sustentável depende de dois fatores, que são a redução de emissões de gases de efeito estufa por veículo e a intensidade de carbono da energia. E os biocombustíveis são muito eficientes nesse último aspecto”, destacou o representante da UNICA. Gussi aponta que o bioetanol de cana-de-açúcar reduz até 90% das emissões da gasolina e que, no Brasil, o setor pretende atingir um fator de emissão negativo.
Segundo Carolina Rojas, a produção de biocombustíveis na Colômbia é tradição há quase 20 anos. “O biodiesel reduz 84% das emissões do diesel e o bioetanol, 73% das da gasolina. Estamos falando de 3 milhões de toneladas de CO2 que são retiradas da atmosfera com o consumo de combustíveis que temos, hoje, na Colômbia. É como se circulassem um milhão de veículos a menos, em um país que tem um parque automotor de um total de 6 milhões”, afirmou. “Além disso, os biocombustíveis geram outros benefícios, uma vez que melhoram a qualidade do ar, criam empregos na agroindústria e colaboram com a soberania energética”.
O evento foi moderado por Flávio Castellari, presidente do Arranjo Produtivo Local de Álcool (APLA) do Brasil.