A Conferência das Partes (COP28), órgão supremo da Convenção-quadro das Nações Unidas sobre mudanças do clima, ocorre em Dubai, nos Emirados Árabes. O evento teve início dia 30 de novembro e se encerrará no dia 12 de dezembro. Com o objetivo de aumentar a cooperação internacional através de metas coletivas para reduzir impactos ao meio ambiente até 2050, foi demonstrado pela Casa da Agricultura Sustentável das Américas — pavilhão que o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) instalou na Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (CQNUMC) —, uma "fórmula" que vem aumentando a produtividade e ao mesmo tempo aprofunda a sustentabilidade na América Latina e no Caribe.
Os conceitos foram apresentados como economia circular + bioeconomia. Foram demonstrados números de casos bem-sucedidos em que a bioeconomia têm conseguido aproveitar o ciclo de vida dos cultivos para a produção de bens e serviços em harmonia com o meio ambiente.
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O cientista Rattan Lal, maior autoridade mundial em ciências do solo e ganhador do Prêmio Mundial da Alimentação em 2020; Marcello Brito, Secretário Executivo do Consórcio Amazônia Legal; e Lloyd Day, Diretor Geral Adjunto do IICA, concordaram que a região tem, através da ciência, tecnologia e informação, uma extraordinária oportunidade para aproveitar a riqueza de recursos naturais para produzir bens e serviços, como já está sendo demonstrado na realidade.
Rattan Lal enfatizou a importância do solo para a alimentação e a agricultura, e apontou que a saúde é essencial para o cumprimento de boa parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que a comunidade internacional estabeleceu como parte da Agenda 2030. Ele ainda pontuou que, sem solos saudáveis, é impossível pensar no fim da pobreza, no acesso universal à água limpa e à proteção da vida e dos ecossistemas terrestres.
“Todos esses objetivos dependem, direta ou indiretamente, da saúde do solo, ao qual há que se dar a atenção que demanda, pois é essencial para a vida humana”, disse Rattan Lal.
Com isso, o principal objetivo é continuar articulando esforços dos governos e do setor privado para combater a erosão. De acordo com Lal, existem diversas ferramentas, como agricultura regenerativa, agricultura digital, e a própria inteligência artificial para cuidar da saúde do solo.
“Estamos reduzindo emissões de gases de efeito estufa — afirmou — e sequestrando mais carbono no solo, o que demonstra que a agricultura da nossa região está alinhada com os esforços globais de mitigação da mudança do clima e é parte da solução aos desafios que enfrentamos”.
*Estagiária sob supervisão de Ronayre Nunes