Um estudo de pesquisadores da University Hospitals (UH) Cleveland Medical Center, nos Estados Unidos, sugere que a prática musicoterapêutica pode ser uma alternativa de baixo custo e não medicamentosa para tratar dor moderada a grave, estresse e ansiedade em hospitais comunitários.
Os resultados da pesquisa, publicados, recentemente, na revista PAIN Reports, mostram que os pacientes que receberam uma sessão de musicoterapia, em que o controle da dor era uma meta, tiveram quatro vezes mais chances de relatar diminuição de desconforto sensorial, uma redução de duas unidades em relação aos pacientes que receberam uma sessão do tratamento em que o controle da dor não era um objetivo.
Seneca Block, diretor de terapias expressivas da UH e um dos responsáveis pelo estudo, explica que, apesar da descoberta revelar que a musicoterapia tem impacto clinicamente significativo na redução do estresse e da ansiedade, mais pesquisas são necessárias para fazer comparações específicas de intervenções.
"Não pretendemos substituir o tratamento farmacológico dos sintomas dos pacientes, no entanto, vimos nesse estudo que os pacientes que apresentam dor moderada a intensa relataram em média uma diminuição de dois pontos após a sessão, o que pode ampliar o tratamento-padrão", observa Block.
O estudo coletou dados de 1.056 adultos, entre 18 anos ou mais, que receberam atendimentos médicos para dor, ansiedade e/ou estresse em hospitais comunitários da UH entre janeiro de 2017 e julho de 2020. A partir da avaliação dos pacientes em uma escala de classificação numérica de zero a 10, os pesquisadores examinaram pontuações de maior ou igual a quatro desses pacientes em resposta a uma única sessão de musicoterapia.
A equipe acredita que os resultados do estudo apoiam a eficácia clínica da prática musicoterapêutica no manejo de sintomas em ambientes médicos comunitários para pacientes com dor moderada a intensa e transtornos psicológicos. "Começaremos, agora, a investigar subpopulações e intervenções musicais específicas relacionadas ao atendimento ambulatorial", afirma Block. (AG)