Qualidade de vida

Caminhar ajuda a prevenir diabetes, aponta estudo

Pesquisadores da Universidade Médica de Semnan, no Irã, concluíram que caminhadas rápidas ou passadas a uma velocidade superior a 6 km/hora foram associadas a um risco reduzido de cerca de 39%

Caminhar a uma velocidade de 4km ou mais por hora está associado a um risco significativamente menor de diabetes tipo 2, sugere uma compilação de pesquisas científicas, publicada no British Journal of Sports Medicine. Quanto mais rápida a marcha, maior o benefício: um aumento de 1km/hora tem relação com uma redução de 9%, segundo os resultados.

O número global de adultos com diabetes tipo 2 é atualmente de 537 milhões — no Brasil, são 13 milhões, segundo o Ministério da Saúde. Espera-se que a prevalência global chegue a 783 milhões de pessoas até 2045. Portanto, argumentam os autores do estudo, uma atividade física simples e barata, que também esteja associada a vários outros benefícios sociais e mentais, pode ser uma maneira fácil de ajudar a evitar a doença, acrescentam.

Os pesquisadores da Universidade Médica de Semnan, no Irã, procuraram estudos relevantes de longo prazo publicados até maio de 2023 e encontraram 10 elegíveis para inclusão. Todos saíram entre 1999 e 2022 e incluíram períodos de monitoramento que variaram de três a 11 anos para um total de 508.121 adultos dos Estados Unidos, Japão e Reino Unido.

Limitações

A análise dos dados agrupados mostrou que, em comparação com caminhar a menos 3km/hora, uma velocidade média ou 3 a 5 km/hora foi associada a um risco 15% menor de diabetes 2, independentemente do tempo gasto caminhando. Da mesma forma, andar rapidamente, a 5 a 6 km/hora, teve relação com uma incidência 24% mais baixa da doença, em comparação com a marcha lenta.

Caminhadas rápidas ou passadas a uma velocidade superior a 6 km/hora foram associadas a um risco reduzido de cerca de 39%, o que equivale a menos 2,24 casos de diabetes tipo 2 em cada 100 pessoas. Cada aumento de 1 km/hora diminuiu 9% a probabilidade da doença.

Os pesquisadores ressaltam limitações, como o fato de um dos estudos incluídos ter feito ajustes inadequados para fatores que podem influenciar a velocidade da caminhada. Outra consideração é a causalidade reversa: os participantes com passadas mais rápidas podem ser mais ativos fisicamente e ter melhor aptidão cardiorrespiratória, mais massa muscular e melhor estado geral de saúde. Ainda assim, há explicações plausíveis para a descoberta, afirmam.

Um deles é que a caminhada rápida é boa para perda de peso, o que ajuda a melhorar a sensibilidade à insulina. "A análise sugere que caminhadas bastante rápidas e rápidas, independentemente do volume total de atividade física ou do tempo gasto caminhando por dia, podem estar associadas a um menor risco de diabetes tipo 2 em adultos", escreveram, no artigo.

Os autores do estudo acrescentam ainda que: "Embora as estratégias atuais para aumentar o tempo total de caminhada sejam benéficas, também pode ser razoável encorajar as pessoas a caminhar em velocidades mais rápidas para aumentar ainda mais os benefícios da caminhada para a saúde".

 

Mais Lidas