Um estudo da Universidade de Shandong em Jinan, na China, revela que o tempo entre uma perda gestacional e uma nova gravidez, para mulheres que fazem fertilização in vitro (FIV), pode influenciar nos resultados da nova tentativa. Conforme o trabalho, detalhado, ontem, na revista Jama Network Open, as pacientes com intervalo intergestacional (IPI) mais curto, entre três e seis meses, apresentam um risco 1,87 vez maior de passar por uma nova perda espontânea do feto, comparadas àquelas com um IPI de seis a 12 meses.
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"Os resultados obtidos sugerem que adiar a transferência de embriões congelados por pelo menos seis meses após um aborto espontâneo anterior estava associado a resultados positivos na (nova) gravidez”, ressaltaram os autores, em nota.
No estudo, a equipe avaliou 2.433 mulheres que passaram pelo tratamento de fertilização e tiveram uma perda de gravidez clínica (CPL) — quando a gestação é interrompida antes da 20ª semana, e o feto não é viável fora do útero —, antes de uma nova reprodução assistida. Os dados foram coletados de pacientes que realizaram transferência de blastocisto, um estágio embrionário, congelado entre 1º de julho de 2017 e 30 de junho de 2022, um ano após uma CPL.
Segundo Nathan Ichikawa Ceschin, especialista em reprodução humana e membro da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (Sbra), ainda não é possível saber qual o momento exato para uma nova fertilização após uma perda, “A gente tem que estar bem atento a alguns fatores, orientação médica, para conhecer a causa da infertilidade e o histórico da gravidez. Observar a recuperação física e emocional. Analisar a causa daquele aborto, se foi precoce ou tardio, e a idade da gestante.”