A menopausa é um processo natural na vida da mulher, caracterizado pela transição do período fértil ao infértil — entre os 48 e os 52 anos. É marcado pela diminuição da produção hormonal e vem acompanhado de inúmeros sintomas.
“O canabidiol (CBD), um dos principais compostos da planta, tem propriedades anti-inflamatórias e analgésicas, que podem ajudar a reduzir as dores e desconfortos associados à menopausa. Além disso, o CBD também pode ajudar a regular os níveis de hormônios, o que pode ajudar a aliviar as flutuações hormonais e os sintomas associados”, afirma Flavio Geraldes Alves, presidente da Associação Pan-Americana de Medicina Canabinoide (APMC) e consultor médico da NuNature.
Não é novidade que a cannabis possui muitos benefícios para tratamentos de saúde. De acordo com um estudo realizado por pesquisadores de Harvard e publicado na revista Menopause, em outubro de 2022, 80% das mulheres de meia-idade usam cannabis para aliviar certos sintomas, como problemas de humor e dificuldade para dormir. Veja o estudo completo.
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A pesquisa analisou o uso de cannabis em 131 mulheres na perimenopausa — período de transição entre a idade fértil e a menopausa, momento em que a ovulação deixa de existir por completo —e outras 127 mulheres que já haviam passado pela menopausa. As participantes foram escolhidas por meio de postagens on-line.
Entre elas, 86% eram consumidoras de cannabis para tratamento e 79% relataram melhorias significativas nos sintomas da menopausa após o uso do medicinal. Além disso, 67% relataram que a cannabis ajuda nos distúrbios do sono, enquanto 46% relataram que o produto ajuda a melhorar o humor e a ansiedade.
“O CBD ajuda a regular a produção e a liberação de hormônios, contribuindo para a diminuição da ansiedade e promove um equilíbrio mental durante a menopausa. Isso ajuda bastante na saúde mental e emocional das mulheres que passam por esse período ", acrescenta Flavio Geraldes Alves.
Apesar disso, é importante ficar atento às contraindicações. “A cannabis medicinal pode não ser adequada para todos, especialmente aqueles com certas condições médicas preexistentes”, alerta o especialista. Mulheres com histórico de transtornos psiquiátricos e arritmias cardíacas devem buscar orientação médica antes de considerar o uso.
*Estagiária sob supervisão de Mariana Niederauer
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