A Organização Mundial da Saúde quer tornar a solidão uma prioridade de saúde global. A iniciativa foi divulgada no lançamento de uma Comissão de Conexão Social. Nos próximos três anos, de 2024 a 2026, especialistas se concentrarão na avaliação de eventuais prejuízos causados por uma possível epidemia global de solidão. Para as análises, vão ser verificados dados científicos e, a partir daí, apresentadas alternativas de "tratamento" dos solitários.
Nesse período, a equipe pretende que a solidão como caso de saúde pública seja reconhecida mundialmente inclusive para obtenção de recursos financeiros destinados ao financiamento de tratamentos. A Comissão, formada por 11 profissionais de distintas áreas, entre eles o cirurgião-geral dos Estados Unidos, Vivek Murthy, e a enviada da juventude da União Africana, Chido Mpemba.
Segundo Murthy, a solidão provoca um maior risco de doenças cardiovasculares, demência, derrame, depressão, ansiedade e morte prematura. "O impacto na mortalidade decorrente do isolamento social é semelhante ao causado pelo tabagismo de até 15 cigarros por dia e até maior do que o associado à obesidade e à inatividade física", escreveu o líder do grupo na carta de lançamento do projeto.
Segundo o comitê, as estimativas globais sugerem que um a cada quatro idosos vivencia isolamento social e entre 5% e 15% dos adolescentes enfrentam a solidão. Esses índices nos países de baixa e média renda são comparáveis ou superiores aos das nações mais ricas.
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