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Não é chatice: ouvir erros gramaticais pode provocar estresse, diz pesquisa

Estudo britânico explora, pela primeira vez, sensibilidade da resposta cardiovascular a erros gramaticais

O estudo analisou a Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC) de pessoas que foram expostas a ouvir erros em áudios. 
 -  (crédito: Reprodução/ unsplash/ Christian Erfurt)
O estudo analisou a Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC) de pessoas que foram expostas a ouvir erros em áudios. - (crédito: Reprodução/ unsplash/ Christian Erfurt)
postado em 03/11/2023 12:54 / atualizado em 03/11/2023 13:09

O incômodo ao ouvir erros gramaticais pode não ser algo apenas momentâneo. Com uma abordagem inédita, um estudo britânico, publicado no Journal of Neurolinguistic, em outubro passado, revela que ouvir erros de gramática resulta em sinais físicos de estresse. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, analisaram a Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC) de pessoas que foram expostas a ouvir erros em áudios.

A VFC é uma medida cardiovascular que registra o tempo entre batimentos sucessivos. Segundo um comunicado de Dagmar Divjak, professora integrante do estudo, “a duração dos intervalos entre os batimentos cardíacos sucessivos de uma pessoa tende a ser variável quando ela está relaxada, mas torna-se mais regular quando ela está estressada”, menciona.

Sendo assim, o estudo “Respostas fisiológicas e comportamentos cognitivos: Variabilidade da frequência cardíaca como indicador do conhecimento linguístico” revelou uma redução na VFC – considerada estatisticamente significativa pelos pesquisadores – em resposta aos erros gramaticais. “Esta redução reflete a extensão das violações gramaticais, sugerindo que quanto mais erros uma pessoa ouve, mais regulares se tornam os seus batimentos cardíacos – um sinal de stress”, afirma Divjak, no mesmo comunicado.

A frequência cardíaca dos participantes da pesquisa foi rastreada por meio de um sensor conectado ao dedo médio da respectiva mão não dominante de cada um. Os 41 britânicos ouviram 40 amostras de áudio em inglês, sendo que metade continha erros de gramática.

Além de Divjak, a pesquisa foi elaborada pelos professores Petar Milin e Hui Sun. Eles exploraram a relação entre fisiologia e cognição e, conforme aponta o estudo, o objetivo foi aumentar a relação entre a cognição da linguagem e o sistema nervoso autônomo (SNA) – o qual controla a frequência cardíaca. De acordo com os autores, tal relação tem recebido pouca atenção.

Apesar disso, os pesquisadores destacam no documento que conseguiram fornecer “a primeira evidência que sugere que a VFC pode ser usada como um indicador do conhecimento linguístico implícito”. Inclusive, estudos como esse, na avaliação dos professores, têm potencial de colaboração para explorar a saúde cerebral dos indivíduos.

“Avaliar com precisão as capacidades linguísticas de um indivíduo, independentemente da idade e das capacidades físicas ou cognitivas, é importante para muitas questões relativas a áreas fundamentais da vida relacionadas com a cognição, incluindo a saúde do cérebro”, disseram os especialistas.

 

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