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Cinco mitos e verdades sobre o emagrecimento: não caia em armadilhas

Para emagrecer com saúde, mais do que diminuir calorias, é necessário mudar alguns hábitos e deixar de lado orientações sem fundamento

O emagrecimento é um tema discutido há gerações. A maioria das pessoas tende a ter dicas ou macetes que ouvem da família e/ou amigos para a perda de peso mais rápida, ou que adquirem por meio de vídeos e conteúdos nas redes sociais de influenciadores fitness ou pessoas públicas que ditam a receita para o tão desejado físico.

Entretanto, para emagrecer com saúde, mais do que diminuir calorias, é necessário mudar alguns hábitos e deixar de lado orientações sem fundamento. Pensando nisso, Paula Peres, médica e co-fundadora do Grupo Bello Vero, rede de clínicas focada em emagrecimento e qualidade de vida, desmistifica alguns estigmas populares sobre a perda de peso.

1.Jejum intermitente ajuda a emagrecer?

Verdade. O jejum intermitente é uma prática bastante adotada por fisiculturistas e amantes de academia e que pode auxiliar no emagrecimento, já que o mesmo aumenta a oxidação de gordura e induz adaptações fisiológicas que são favoráveis à perda de peso: "Um exemplo que podemos dar é o aumento dos hormônios adrenalina e GH. Isso não significa, necessariamente, uma maior perda de gordura, mas é um fator determinante para ter um bom resultado a longo prazo. Lembrando que é fundamental procurar um nutricionista, para entender qual o prazo de jejum é o indicado para o seu organismo e rotina", explica Paula Peres, que ressalta o fato de que se exercitar em jejum não altera significativamente o gasto calórico e que o ideal é se alimentar antes de praticar alguma atividade.

2. A contagem de calorias é obrigatória para uma dieta eficiente?

Mito. Contar calorias está longe de ser a forma mais saudável, física e mentalmente, no processo de emagrecimento. Isso porque esse método ignora o fato de que uma composição nutricional do plano alimentar vai muito além das calorias ingeridas: "Temos que pensar em como manter todos os outros níveis balanceados enquanto o corpo está tentando gastar energia e gordura, como, por exemplo, o volume de proteínas, carboidratos, lipídios e micronutrientes (minerais e vitaminas)", afirma a médica, que também alerta o cuidado em seguir dietas com muitas restrições e baixas calorias diárias, já que podem causar fraqueza e gerar compulsão no paciente a longo prazo.

3. O sono contribui no ganho ou perda de peso?

Verdade. Durante o sono, ocorre a regulação de alguns hormônios. Assim, a privação do mesmo pode acarretar no aumento dos níveis de grelina, hormônio que está associado à vontade de comer e a redução da leptina, que promove a saciedade: "Além desses fatores, quem dorme menos tem um número maior de horas em que pode se alimentar e menos disposição para a prática de atividades físicas", salienta a médica, que tranquiliza aqueles que preferem ingerir carboidratos após às 18h ou antes de dormir e se preocupam com o aumento de peso. "Este é mais um mito, já que não existem estudos científicos que comprovam que pessoas que consomem carboidratos no período da noite engordam com mais facilidade. Inclusive, se você gosta de malhar pela manhã, é até indicado que realize esse hábito, para repor os estoques de glicogênio muscular e hepático", afirma a médica.

4. Bebidas alcoólicas atrapalham o processo de emagrecimento?

Verdade. "Se pensarmos, primeiramente, em consumo calórico, o álcool oferece 7 Kcal por grama. Considerando uma cerveja com 4,5% de álcool, em um volume de 350ml, teríamos 15,7g de álcool puro, ou seja, 110,25 Kcal - sem contar os outros componentes presentes no produto e que elevam, ainda mais, a quantidade de calorias", disserta a especialista, que afirma que as calorias apresentadas nas bebidas alcoólicas são chamadas de "calorias vazias", por não trazerem nenhum nutriente ou benefício ao corpo. "Muito pelo contrário. Elas desencadeiam uma prioridade metabólica, fazendo com que a pessoa elimine o álcool o mais rápido possível, atrasando a quebra de gordura do restante dos alimentos", complementa Paula Peres.


5. A depressão e a ansiedade influenciam no peso corporal?

Verdade. Essas condições podem contribuir nas mudanças em relação à balança ou ao físico. "Pensando em perda de peso, isso ocorre por diversos motivos. Se pensarmos de modo comportamental, pessoas com depressão e ansiedade tendem a comer mais e, inclusive, alimentos mais calóricos, como forma de adquirir conforto, ou prazer, o famoso "comfort food". Outra razão pode estar associada à desregulação hormonal ou administração de medicamentos, que podem ter efeitos adversos, como aumento ou redução de apetite", salienta a médica, que frisa o fato de ser essencial que pessoas com esses transtornos procurem profissionais especializados, para realizarem seus devidos acompanhamentos. "Um dos tratamentos que oferecemos para ajudar pessoas com depressão e ansiedade crônicas, ou seja, que são resistentes aos tratamentos convencionais, é a infusão de Cetamina, que apresenta efeitos rápidos e satisfatórios".

Fatores biológicos e genéticos

Paula Peres ressalta que cada processo de emagrecimento é único e que comparações ou dietas sem prescrição podem não funcionar, já que fatores biológicos e genéticos devem ser levados em conta: "A composição corporal é muito importante para determinar isso. Pessoas que possuem o percentual de gordura muito baixo podem ter dificuldades para absorver vitaminas lipossolúveis, como A, D, E e K. Nesses casos, não há necessidade de emagrecimento. O indicado é sempre procurar um profissional, para saber se é o seu caso. Mas, não se preocupe. Existem diversas outras formas de um profissional auxiliar, como, por exemplo, no ganho de massa muscular ou na manutenção da saúde".

A médica acredita na soroterapia como uma das soluções: "O tratamento, conhecido no país e no mundo, consiste na suplementação de vitaminas, minerais, aminoácidos e/ou antioxidantes, por via intravenosa, para a melhora de questões como baixa imunidade, queda de cabelo, ansiedade, depressão, aumento de massa muscular e emagrecimento".