Alguns pacientes podem rejeitar o coração transplantado após o procedimento cirúrgico. Isso ocorre porque ao remover o coração original e implantar um novo o corpo entende que o órgão é um "elemento estranho", acionando o sistema imunológico para se proteger de infecções.
O coordenador do Programa de Insuficiência Cardíaca e Transplante Cardíaco do Hcor, Alexandre Soeiro, dá mais detalhes sobre o quadro. "Cerca de 50% a 80% dos pacientes apresentam, pelo menos, um episódio de rejeição. Na maioria das vezes, é assintomática, mas em torno de 5% desenvolvem disfunção do ventrículo esquerdo ou arritmias. O pico de incidência de rejeição aguda se dá no primeiro mês e diminui nos subsequentes, atingindo o equilíbrio em um ano", explica.
De acordo com o médico, as manifestações clínicas podem ser classificadas de acordo com o início e a duração. "A rejeição leve não apresenta sequelas clínicas detectáveis e, algumas vezes, não exige tratamento. Já a moderada e a grave precisam de intervenção. Geralmente, é possível reverter os casos com medicações apropriadas", esclarece.
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A situação exige exames de rotina, incluindo biópsias para detectar alterações cardíacas em fases iniciais. Entretanto, o especialista destaca que é possível manter uma vida saudável, longa e de boa qualidade. "Os índices de sobrevida em um ano após o transplante cardíaco são de 85% a 90%, e a mortalidade anual depois disso é cerca de 4%", finaliza.
Caso de Faustão
O apresentador Fausto Silva precisou ser internado nesta segunda-feira (18/9) no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Faustão recebeu alta dez dias atrás, após ter passado por um transplante de coração. Segundo nota do hospital, a internação foi para a "realização de exames pós-transplante cardíaco".
O artista foi internado em 5 de agosto e precisou passar por diálise, além de necessitar de medicamentos para ajudar a bombear o coração. Ele entrou para a fila de doação do SUS, e recebeu o novo coração em 27 do mesmo mês.
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