Um grupo de cientistas conseguiu detectar, pela primeira vez, emissões ao redor de um buraco negro supermassivo. Chamado de disco de acreção, o entorno do corpo celeste ainda é pouco conhecido pela ciência. Com a observação, os pesquisadores estimam que a massa seja entre 400 e 900 milhões de vezes maior do que a do Sol e que o disco tenha uma orientação de 18 graus em relação à Terra.
As regiões brilhantes em torno dos buracos negros produzem luz através do espectro eletromagnético, a partir do calor, e têm maior intensidade em comprimentos de onda específicos, conhecidos como linhas de emissão. Essas linhas são o resultado de elétrons, previamente energizados, caindo de volta para um nível de energia mais baixo.
“Esta descoberta dá-nos informações valiosas sobre a estrutura e o comportamento da região da linha larga nesta galáxia em particular, lançando luz sobre os fenómenos fascinantes que acontecem em torno de buracos negros supermassivos em galáxias ativas", disse o pesquisador Rodriguez-Ardila, em comunicado.
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Segundo os autores, pesquisas sobre discos de acreção podem melhorar a compreensão dos astrônomos sobre os buracos negros e a evolução das suas galáxias hospedeiras. Para a pesquisa, foi utilizado o telescópio Gemini North. "A maioria dos discos de acreção, entretanto, é impossível de obter imagens diretas devido às suas distâncias extremas e tamanhos relativamente pequenos. Em vez disso, os astrônomos usam os espectros de luz emitidos de dentro do disco para caracterizar seu tamanho e comportamento", explicam os pesquisadores.
Os cientistas vão continuar monitorando o buraco negro e o disco de acreção. "Como o disco está girando, o gás de um lado se afasta do observador, enquanto o gás do outro lado se move em direção ao observador. Esses movimentos relativos esticam e comprimem as linhas de emissão em comprimentos de onda mais longos e mais curtos, respectivamente. O resultado é uma linha ampliada com dois picos distintos, um originando-se de cada lado do disco girando rapidamente", destaca a pesquisa.
O estudo foi publicado no periódico The Astrophysical Journal Letters e pode ser acessado na íntegra neste link.
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