Um estudo realizado por uma equipe de pesquisadores da Universidade Hofstra, em Nova York, e da Universidade Stanford, na Califórnia, aponta que o uso regular de maconha não desencadeia crises psicóticas em jovens com alto risco de desenvolver o transtorno. O relatório foi publicado em 15 de agosto na revista Psychiatry Research.
O grupo de pesquisadores avaliou a relação entre o uso de maconha e os resultados na saúde em adolescentes com alto risco clínico de psicose. Os participantes do estudo foram acompanhados por dois anos. Os pesquisadores relataram que os indivíduos que faziam o uso de maconha não tinham maior probabilidade de se tornarem psicóticos do que os não usuários, ao contrário do que era pensado até então pela sociedade médica.
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"O uso contínuo de cannabis ao longo de 2 anos de acompanhamento não foi associado a um aumento na taxa de transição de psicose e não piorou os sintomas clínicos, os níveis de funcionamento ou a neurocognição geral, indicando que os jovens com CHR [alto risco clínico] não são impactados negativamente pela cannabis. Estas descobertas devem ser confirmadas em ensaios clínicos futuros com amostras maiores de indivíduos consumidores de cannabis", concluíram os autores.
As descobertas são semelhantes a de uma pesquisa publicadas em abril na revista Psychiatry and Clinical Neurosciences. O estudo também não conseguiu identificar o consumo de maconha como um fator de risco para psicose em indivíduos clinicamente em risco.
“A nossa hipótese principal era que o uso de cannabis em indivíduos com CHR [clinicamente de alto risco] estaria associado a um aumento da taxa de transição posterior para psicose. No entanto, não houve associação significativa com qualquer medida de consumo de cannabis. … Estas descobertas não são consistentes com os dados epidemiológicos que ligam o consumo de cannabis a um risco aumentado de desenvolver psicose", concluíram os pesquisadores.
Em contrapartida, um estudo espanhol recente identificou um risco aumentado de desenvolvimento de uma perturbação de saúde mental entre os jovens admitidos em tratamento para transtorno por uso de cannabis.
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