AUSTRÁLIA

Larva de 8 cm encontrada em cobras é retirada viva de cérebro de mulher

O procedimento é inédito. Os médicos acreditam que a mulher, de 64 anos, foi infectada em arbustos contaminados por fezes de cobra

O parasita de 8 centímetros foi retirado vivo -  (crédito: Divulgação/cdc.gov)
O parasita de 8 centímetros foi retirado vivo - (crédito: Divulgação/cdc.gov)
Correio Braziliense
postado em 29/08/2023 11:31 / atualizado em 29/08/2023 11:31

Uma larva de oito centímetro, comumente encontrada em cobras, foi removido "vivo e móvel" do cérebro de uma mulher. O procedimento, realizado por médicos australiano, é inédito, pois o parasita não é comum em humanos, apenas em cascavéis e cangurus.

“Este é o primeiro caso humano de Ophidascaris no mundo. Até onde sabemos, é também a primeira vez que aparece no cérebro de uma espécie de mamífero, humano ou não", disse o especialista em doenças infecciosas Sanjaya Senanayake.

Os médicos acreditam que a mulher, de 64 anos, foi infectada após procurar por arbustos contaminados por fezes de cobra. Ela passou por exame de ressonância magnética, depois que começou a sofrer lapsos de memória. Os especialistas notaram uma "lesão atípica" na parte frontal do cérebro dela.

"Nunca é fácil ou desejável ser o primeiro paciente do mundo para alguma coisa. Não consigo expressar o suficiente a nossa admiração por esta mulher que demonstrou paciência e coragem no processo", afirmou Sanjaya Senanayake.

"As larvas adultas habitam o esôfago e o estômago da píton e eliminam seus ovos nas fezes. Os ovos são ingeridos por vários pequenos mamíferos, nos quais as larvas se estabelecem, servindo como hospedeiros intermediários. As larvas migram para os órgãos torácicos e abdominais onde, particularmente em marsupiais, as larvas do terceiro estágio podem atingir um comprimento considerável (7–8 cm), mesmo em hospedeiros pequenos. O ciclo de vida termina quando os pythons consomem os hosts intermediários infectados", explica o estudo sobre a infecção da mulher australiana.

O caso foi publicado na revista Emerging Infectious Diseases e Senanayake e pode ser conferido na íntegra neste link.

Com informações da AFP*

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