MEDICINA

Demência frontotemporal: entenda a doença de Maurício Kubrusly

A doença não tem cura e seu diagnóstico é clínico. Assim como Kubrusly, o ator Bruce Willis também sofre com o transtorno, que anunciou a aposentadoria em 2022

Maurício Kubrusly hoje vive no sul da Bahia com a esposa, Beatriz Goulart -  (crédito: Reprodução/Fantástico)
Maurício Kubrusly hoje vive no sul da Bahia com a esposa, Beatriz Goulart - (crédito: Reprodução/Fantástico)
Correio Braziliense
postado em 21/08/2023 19:01 / atualizado em 24/08/2023 12:13

O jornalista Maurício Kubrusly, 77 anos, foi homenageado no último domingo (20/8) no terceiro episódio da série especial sobre os 50 anos do Fantástico. Durante a reportagem foi revelado que Kubrusly sofre há alguns anos com demência frontotemporal (DFT), assim como o ator Bruce Willis, que anunciou a aposentadoria no ano passado.

Marcelo Lobo, neurologista do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, explica que a doença consiste em um  transtorno neurodegenerativo infrequente que atinge as regiões frontal e temporal do cérebro. "Pode estar relacionada à presença de mutações genéticas em até 30% dos casos", acrescenta o médico.

Entre os sintomas mais comuns estão "mudanças de personalidade atípicas, apatia e lutas inexplicáveis com a tomada de decisões, fala ou compreensão da linguagem", pontua a Associação de Degeneração Frontotemporal. A entidade também afirma que a maioria dos casos de FTD ocorre entre 45 e 64 anos.

A doença não tem cura e seu diagnóstico é clínico, por meio de uma entrevista sistematizada (Anamnese), exames neurológicos detalhados, como afirmou Lobo. 

Sintomas 

O neurologista ouvido pelo Correio, explicou os principais sintomas, confira: 

Mudanças comportamentais e de personalidade: Pessoas com DFT frequentemente exibem alterações marcantes em seu comportamento e personalidade. Isso pode incluir falta de inibição social, impulsividade, desinibição, apatia, comportamentos obsessivos ou compulsivos e dificuldade em tomar decisões.

  • Problemas de linguagem: a linguagem é frequentemente afetada na DFT. Isso pode se manifestar como dificuldade em encontrar palavras (afasia), dificuldade em compreender a linguagem ou problemas na fluência.
  • Declínio cognitivo: embora o declínio cognitivo na DFT seja menos acentuado do que em algumas outras formas de demência, como o Alzheimer, ele ainda pode ocorrer. Isso pode incluir dificuldades de raciocínio, resolução de problemas e planejamento.
  • Alterações motoras: à medida que a doença avança, algumas pessoas podem desenvolver problemas motores, como tremores, espasmos musculares ou rigidez.

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