Pesquisadores do Centro de Paleontologia do Instituto de Pesquisa Prairie, nos Estados Unidos, descobriram um inseto único, de 50 milhões de anos, de uma espécie extinta de esperanças. O achado tem conservado os músculos, trato digestivo, glândulas e até mesmo um testículo intactos. A descoberta foi publicada na revista científica Palaeoentomology, no último dia 3 de junho.
Pertencente ao gênero Arethaea, também conhecido como esperança, a espécie extinta foi nomeada Arethaea solterae em homenagem ao colega do autor principal da pesquisa e patologista de insetos aposentado, Leellen Solter.
“As esperanças são muito raras no registro fóssil, então qualquer novo fóssil de esperança que você encontrar representa um novo ponto de dados na história evolutiva da espécie”, afirma Sam Heads, líder do estudo e diretor do centro de paleontologia mencionado, em comunicado.
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“Agora sabemos que há cerca de 50 milhões de anos, este gênero já tinha evoluído e já tinha uma morfologia que imita a erva em que vive e se esconde dos predadores", completa o pesquisador.
A equipe de pesquisadores descobriu evidências de fibras musculares torácicas associadas às asas ou músculos do flanco, tecido conhecido como “corpo gordo” e até mesmo a inclusão de um testículo.
“Parte do trato digestivo está preservada, uma parte do intestino médio que chamamos de ventrículo. Existem esses pequenos túbulos que parecem se conectar a uma estrutura redonda – e isso só pode ser um testículo e glândulas acessórias associadas ao testículo", revelou Heads.
O cientista comparou o inseto com vários espécimes atuais e encontrou uma estrutura anatômica quase idêntica, afirmando que os testículos, as glândulas acessórias e o ventrículo eram todos iguais: "Fiquei simplesmente maravilhado com isso.”
Área propícia para formação de fósseis
A área onde o fóssil foi recuperado, a Formação Green River, é conhecida pela abundância de fósseis perfeitamente preservados. Estendendo-se pelos estados de Colorado, Utah e Wyoming, nos Estados Unidos, o local é um famoso leito fóssil, que contém registros detalhados da flora e fauna da região. Mas, apesar da reputação, os pesquisadores ainda ficaram chocados com a descoberta.
“Não esperava ver esse tipo de estrutura preservada em uma compressão de rocha. Nunca vi isso antes. Que eu saiba, este é o primeiro exemplo desse nível de preservação", celebra Heads.