O fóssil de um dinossauro do gênero Irritator challengeri, contrabandeado do Brasil, é o assunto de uma carta de cientistas, publicada nesta sexta-feira (28/7). Os ossos do animal pré-histórico pertencem à União, mas encontram-se na Alemanha.
???? Oficialmente lançamos uma carta aberta, q será encaminhada à ministra de Ciência e Arte da Alemanha, pela repatriação do fóssil de ?Irritator challengeri ?e outros fósseis em condições similares.
— Aline Ghilardi (@alinemghilardi) July 28, 2023
???? Convocamos TODOS os colegas da Paleo a assinarem: https://t.co/PcTAUmasqN + https://t.co/cpfAXkyz8c
Considerado o crânio mais completo e preservado entre os dinossauros do seu tipo, o fóssil foi tema de um pesquisa publicada em maio deste ano por cientistas alemães e franceses.
Contrabando
Encontrado em território brasileiro, o fóssil do dinossauro foi vendido por um comerciante de fósseis, em 1991, ao Museu Estadual de História Natural de Stuttgart, na Alemanha. No entanto, essa peça não poderia sair do Brasil porque, desde 1942, todos os ósseos encontrados em território nacional são de propriedade da União e não podem ser comercializados.
Problema recorrente no mundo, o contrabando de fósseis afeta o Brasil, mais especificamente, na região conhecida como Bacia do Araripe. Um dos mais ricos lugares no quesito peças arqueológicas, esse local se estende pelo Ceará, Piauí e Pernambuco.
Não há uma confirmação, mas cientistas brasileiros dizem que o fóssil doo dinossauro Irritator challengeri foi primeiramente encontrado na Bacia do Araripe.
MP apura o caso
O contrabando do fóssil do dinossauro do tipo Irritador challengeri é investigado pelo Ministério Público Federal (MPF). "Há registro oficial nos autos da Agência Nacional de Mineração (ANM) de que não houve autorização de aquisição, cessão, doação, comodato ou qualquer outra espécie de autorização por parte do antigo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) de exportação do território nacional do fóssil de Irritator challengeri (espécime SMNS 58022) em favor da Alemanha ou outro país", afirma o procurador André Batista, responsável pela apuração no MPF, segundo informações do portal G1.
O MPF também pediu respostas sobre as buscas do fóssil ao Itamaraty. Segundo o portal G1, estar em contato com a Universidade Federal do Ceará (UFCE) para tratar do caso. O Correio contatou o Ministério das Relações Exteriores para solicitar mais informações e aguarda retorno.
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