Meio ambiente

Verão no Hemisfério Norte registra temperaturas extremas

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) monitora potenciais recordes de calor, afirmou, em nota, Randall Cerveny, encarregado de extremos climáticos do órgão das Nações Unidas

Paloma Oliveto
postado em 18/07/2023 03:55 / atualizado em 18/07/2023 07:17
 No Hemisfério Norte, registros superiores a 40ºC. A Argentina chegou a -22,5ºC -  (crédito:  AFP)
No Hemisfério Norte, registros superiores a 40ºC. A Argentina chegou a -22,5ºC - (crédito: AFP)

As previsões mais alarmantes de cientistas climáticos para o verão no Hemisfério Norte estão se concretizando, com aumento da temperatura nos Estados Unidos, na Europa, no norte da África e na Ásia. Ontem, o serviço meteorológico de Xinjiang, na China, informou que os termômetros registraram 52,2ºC no domingo. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) monitora potenciais recordes de calor, afirmou, em nota, Randall Cerveny, encarregado de extremos climáticos do órgão das Nações Unidas.

"Se houver novos registros de temperaturas extremas durante as ondas de calor em andamento, emitiremos uma avaliação preliminar rápida e, em seguida, iniciaremos avaliações detalhadas, como parte de nosso meticuloso processo de verificação", disse Cerveny. A OMM considera que a temperatura mais alta já registrada na Terra foi 56,7º, em 10 de julho de 1913 no Vale da Morte, Califórnia. Ontem, a organização determinou um novo recorde na Europa continental — 48,8ºC medidos na Sicília (Itália), em agosto de 2021.

Agora, as ilhas de Sicília e Sardenha estão na expectativa de alcançar novamente a marca, disse a Agência Espacial Europeia. Na capital italiana, a temperatura deve chegar aos 42ºC, marca jamais alcançada, segundo a Agência Meteorológica da Aeronáutica do país. Na Grécia, o calor extremo e os incêndios decorrentes causaram a evacuação de 1,2 mil crianças que participavam de acampamentos de verão na região costeira. Na Espanha e na França, os termômetros ultrapassaram 40ºC.

Em risco

No início da manhã, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, instou os líderes globais a agir. "Em muitas partes do mundo, hoje (ontem) deve ser o dia mais quente já registrado. Esses recordes foram quebrados algumas vezes neste ano. Ondas de calor colocam nossa saúde e vida em risco. A crise climática não é um alerta. Ela está acontecendo", tuitou. O secretário-geral da OMM, Petteri Talas, também se manifestou, em nota. "Fenômenos meteorológicos extremos têm importantes repercussões na saúde humana, nos ecossistemas, na economia, na agricultura, na energia e no abastecimento de água."

No Canadá, 20 milhões de hectares foram devastados pelo fogo desde o início do ano. Já nos Estados Unidos, o Vale da Morte registrou 52ºC no domingo, e, segundo os serviços meteorológicos do país, uma "onda de calor opressiva" no sul e no oeste devem levar à quebra de recordes. Incêndios já destruíram mais de 3 mil hectares. "Para a comunidade de saúde, o calor extremo é como o aumento do nível do mar. Sabemos que já está acontecendo, e temos um entendimento bastante claro de que, se não fizermos as coisas de maneira diferente, elas vão piorar", alerta Chris Ueijo, professor de Políticas Públicas da Universidade Estadual da Flórida. Em Miami, o governo emitiu, ontem, o primeiro alerta de calor excessivo da história.

Enquanto isso, a Patagônia argentina registrou -22ºC. A temperatura ultrapassou a escala do país. "Perito Moreno (província de Santa Cruz) registrou -22,5°C nesta manhã (de ontem), e nossa escala chega somente a -18ºC", informou, no twitter, o Serviço Meteorológico Nacional. O recorde de mínima no país, porém, é de 1991, quando a estação de Maquinchao, em Río Negro, marcou -35ºC. Um ciclone extratropical no Atlântico Sul explica a baixa nos termômetros. (PO)

 


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