Galáxias

James Webb encontra a mais antiga "teia cósmica" já descoberta

Com cerca de 3 milhões de anos-luz de comprimento, o fio de Teia Cósmica é ligado a pelo menos dez galáxias

Débora Oliveira
postado em 11/07/2023 20:06 / atualizado em 11/07/2023 20:13
 (crédito: NASA, ESA, CSA, Feige Wang (University of Arizona), and Joseph DePasquale (STScI))
(crédito: NASA, ESA, CSA, Feige Wang (University of Arizona), and Joseph DePasquale (STScI))

As galáxias não estão espalhadas de forma aleatória pelo universo. A descoberta é dos astrónomos que utilizam o Telescópio Espacial James Webb da Nasa. De acordo com o que foi observado, elas se juntam em grupos de vastas estruturas de aplicações interligadas, com grandes vazios estéreis pelo meio.

Teia Cósmica descoberta por James Webb é a mais antiga já encontrada

Os observadores identificaram um arranjo filamentoso de 10 galáxias que existia apenas 830 milhões de anos após o Big Bang tem estrutura com 3 milhões de anos-luz de comprimento, estando ancorada por um quasar luminoso — uma galáxia com um buraco negro ativo e supermassivo no núcleo.

Os astrônomos responsáveis pela descoberta deduzem que o filamento deve evoluir para um enxame massivo de galáxias, sendo semelhante ao conhecido Enxame de Coma no Universo próximo. “Esta é uma das primeiras estruturas filamentosas que as pessoas já encontraram associadas a um quasar distante”, disse Feige Wang, da Universidade do Arizona em Tucson em comunicado, pontuando ainda que ficou surpreso com o comprimento e a largura desse filamento.

A descoberta faz parte do projeto A SPectroscopic survey of biased halos In the Reionization Era (Aspire), que tem como principal objetivo estudar os ambientes cósmicos dos primeiros buracos negros. O programa pretende observar 25 quasares que surgiram antes do universo completar o primeiro bilhão de anos após o Big Bang, na Época da Reionização.

“As últimas duas décadas de pesquisa em cosmologia nos deram uma compreensão robusta de como a teia cósmica se forma e evolui. O Aspire visa entender como incorporar o surgimento dos primeiros buracos negros massivos em nossa história atual da formação da estrutura cósmica”, explicou o membro da equipe Joseph Hennawi, da Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara.

Os pesquisadores estão em fase de observar oito buracos negros que variam em massa de 600 milhões a 2 bilhões de vezes a massa do nosso Sol. “Para formar esses buracos negros supermassivos em tão pouco tempo, dois critérios devem ser satisfeitos. Primeiro, você precisa começar a crescer a partir de um enorme buraco negro de "semente". Em segundo lugar, mesmo que essa semente comece com uma massa equivalente a mil Sóis, ainda precisa acumular um milhão de vezes mais matéria na taxa máxima possível durante toda a sua vida”, explicou Wang.

Ainda de acordo com um pesquisador, essas observações sem precedentes estão fornecendo pistas importantes sobre como os buracos negros são formados. “Aprendemos que esses buracos negros estão situados em galáxias jovens massivas que fornecem o reservatório de combustível para seu crescimento”, acrescentou Jinyi Yang, da Universidade do Arizona, que lidera o estudo de buracos negros com o ASPIRE.

 

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