O aquecimento do planeta segue em ritmo inédito e acelerado. Dados preliminares da Agência Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA, na sigla em inglês) indicam que esta quarta-feira (5/7) foi o dia mais quente já registrado na história, com a temperatura média do ar da superfície da Terra de 17,18°C. O recorde anterior foi registrado um dia antes, nesta segunda-feira (4/7), com 17,01°C.
Nunca o planeta havia ultrapassado os 17°C nesse indicador do impacto climático ligado à queima de combustíveis fósseis, segundo a NOAA. Com base nos dados coletados desde 1979 pela agência, as temperaturas dos dois dias ultrapassaram o registro de 16,92°C, estabelecido em 24 de julho de 2022.
Especialistas estimam que novos limites devem ser ultrapassados nos próximos dias. Robert Rohde, cientista líder da Berkeley Earth, escreveu, no Twitter, que "podemos ver alguns dias ainda mais quentes nas próximas seis semanas". A Berkeley Earth é uma organização sem fins lucrativos independente focada na análise de dados de temperatura terrestre para ciência climática. Na avaliação de Rohde, a situação atual é "impulsionada pela combinação do El Niño com o aquecimento global".
Mortes
O El Niño começou oficialmente no último dia 8, com 56% de probabilidade de ser um fenômeno meteorológico de forte intensidade, segundo análise também da NOAA. Em seu primeiro mês, junho, o Observatório da Terra da União Europeia, o Copernicus, registrou as temperaturas médias globais mais altas.
Os impactos locais foram diversos. Nos Estados Unidos, por exemplo, os estados do sul sofreram uma onda de calor brutal no fim de junho, com umidade extrema e altas temperaturas — a sensação térmica beirou os 45ºC no sul. Ao menos 13 pessoas morreram em razão do fenômeno. Em Bihar, na Índia, o número de óbitos chegou a 44 pelo mesmo motivo. No México, mais de 100 pessoas morreram entre 12 e 25 de junho devido ao calor extremo que atinge regiões do norte do país.
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