De acordo com os termômetros do Centros Nacionais de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, a temperatura global média na segunda-feira (3/7), bateu o recorde e registrou 17,01 graus Celsius (62,62 graus Fahrenheit). De acordo com uma análise feita por pesquisadores da Universidade do Maine, os novos dados aumentam a preocupação dos cientistas sobre o aquecimento global e o ressurgimento do El Niño.
Essa é a média global mais alta já registrada em qualquer dia do ano, superando o recorde anterior de 16,92ºC, registrado nos dias 24 de julho de 2022 e 14 de agosto de 2016.
Os especialistas atribuíram esse fato a uma combinação de mudanças climáticas induzidas pelo homem e ao surgimento do El Niño, fenômeno climático que ocorre devido aos padrões de vento no Oceano Pacífico, conhecido por aumentar as temperaturas em todo o mundo.
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O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas relata que de acordo com as atividades humanas a temperatura da superfície global da Terra aumentou 1,1ºC no período de 2011 a 2020, o que causou o aumento de incêndios florestais, inundações e diminuição da disponibilidade de alimentos em todo o mundo.
As ondas de calor tem acontecido em diversas partes do mundo. Na China, as temperaturas ficaram acima de 35 ºC (95ºF); o norte da África registrou temperaturas próximas a 50°C (122°F); no Oriente Médio, milhares de pessoas sofreram com o calor escaldante de 48º C (118,4º F) durante a peregrinação religiosa hajj, na Arábia Saudita.
Devido aos verões mais quentes, os produtores de arroz passaram a trabalhar à noite, no Vietnã. Com temperaturas superiores a 37°C em julho, o Vietnã é um dos muitos países do sul e sudeste da Ásia que enfrentam temperaturas recordes. No fim do mês passado, a Espanha também viveu a primeira onda de calor do verão e os termômetros ultrapassaram os 44°C na região da Andaluzia.
Até mesmo a Antártica, que está no inverno, registrou temperaturas anormalmente altas. A Base de Pesquisa Vernadsky da Ucrânia, nas Ilhas Argentinas, registrou temperatura de 8,7°C (47,6°F).
A Organização Meteorológica Mundial da ONU acredita que a volta do El Niño deve aumentar as temperaturas globais nos próximos nove a 12 meses. Já a Associação Meteorológica Mundial prevê que 2024 se assemelhe a 2016, que é considerado o ano mais quente da história, pelo duplo incidente de El Niño.
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Jeni Miller, diretora executiva da Global Climate and Health Alliance, um consórcio internacional de organizações de saúde, disse em comunicado que "as pessoas em todo o mundo já estão sofrendo impactos climáticos, desde ondas de calor, incêndios florestais e poluição do ar até inundações e tempestades extremas". "O aquecimento global também está exacerbando as perdas de safra e a disseminação de doenças infecciosas, bem como a migração", disse.
O cientista climático Friederike Otto, do Instituto Grantham para Mudanças Climáticas e Meio Ambiente do Imperial College London, da Grã-Bretanha, disse: "É uma sentença de morte para as pessoas e os ecossistemas".
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