Estudo recente publicado na revista Science Translational Medicine indica que a endometriose pode estar associada a uma infecção bacteriana do gênero Fusobacterium. A doença afeta até 10% das mulheres e meninas em idade reprodutiva, ou seja, 1 em cada 10 mulheres pode sofrer com a endometriose, responsável por dor e prejuízo à saúde física, emocional e reprodutiva.
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Segundo a pesquisa feita com 155 mulheres no Japão, a bactéria Fusobacterium foi encontrada nos úteros de cerca de 64% daquelas com endometriose e apenas 7% daquelas que não têm a doença. O experimento foi repetido em camundongos e mostrou que a presença dessa bactéria estava ligada a um número maior de lesões. Quando os animais foram tratados com os antibióticos metronidazol ou cloranfenicol, reduziu o desenvolvimento da endometriose e diminuiu o número e o tamanho das lesões.
"A relação levanta a hipótese do potencial papel dos micróbios na endometriose e como o desequilíbrio das bactérias do intestino, útero ou vagina pode estar relacionado com a ocorrência da doença", explica a médica ginecologista formada pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) especialista em Endoscopia Ginecológica pela Unifesp com dois títulos de especialização pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), Bárbara Murayama.
De acordo com os dados científicos, a endometriose é uma doença multifatorial com agentes genéticos, imunológicos, ambientais e inflamatórios envolvidos. Os tratamentos incluem terapias hormonais, além de tratamentos clínicos não hormonais, essenciais, que contemplam avaliação nutricional, fisioterapia do assoalho pélvico, acupuntura, psicoterapia, atividade física regular e a prática do yoga, que já é descrita na literatura médica com resultado positivo. Em alguns casos, a cirurgia também pode ser necessária. "A recente descoberta mostra uma perspectiva de futuro no uso de antibióticos específicos para a endometriose, o que poderá ajudar a aumentar a qualidade de vida das mulheres", aponta Bárbara.
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