MUNDO ANIMAL

Lobos, assim como os cães, podem reconhecer vozes humanas, diz estudo

Os pesquisadores realizaram o estudo com 24 lobos, em cinco zoológicos e parques de vida selvagem na Espanha. Os animais tinham entre um e 13 anos de idade e nasceram em cativeiros

Correio Braziliense
postado em 28/06/2023 11:06 / atualizado em 29/06/2023 09:09
 (crédito: Reprodução/Freepik)
(crédito: Reprodução/Freepik)

Lobos, assim como cães, podem reconhecer as vozes humanas, especialmente as quais os animais estão mais familiarizados. Um estudo da Universidade de Lincoln analisou os lobos cinzentos (Canis lupus), que é o parente mais próximo dos cachorros, e identificou a habilidade social dos animais — o que sugere que a capacidade dos cães de distinguir a voz do tutor não é fruto da domesticação.

"Usando o paradigma de habituação-deshabituação, apresentamos aos lobos cativos gravações de playback das vozes de seus tratadores e de estranhos produzindo frases familiares ou desconhecidas. A duração de suas respostas foi significativamente maior quando apresentadas com vozes de tratadores do que com vozes de estranhos, demonstrando que os lobos discriminavam entre falantes familiares e desconhecidos", diz a pesquisa.

"Isso sugere que a capacidade dos cães de discriminar entre as vozes humanas provavelmente estava presente em seu ancestral comum e pode apoiar a ideia de que essa é uma capacidade geral dos vertebrados de reconhecer indivíduos heteroespecíficos", acrescenta o estudo.

Os cães e lobos são de subespécies diferentes e possuem algumas características distintas na anatomia, como nas orelhas, focinho, pelagem, estômago, dentes e patas.

Os pesquisadores realizaram o estudo com 24 lobos, em cinco zoológicos e parques de vida selvagem na Espanha. Os animais tinham entre um e 13 anos de idade e nasceram em cativeiros. Às vozes familiares, os lobos se voltaram para os auto-falantes. Os animais não demonstraram gestos de interesses quando os cientistas reproduziram vozes de estranhos.

Para Holly Root-Gutteridge, co-autora do estudo, esses resultados são significativos. “Se as habilidades são tão gerais, isso significa que os animais podem ter muito mais interações entre espécies do que pensávamos antes”, pontua a pesquisadora. O estudo foi publicado na revista Animal Cognition e pode ser acessado neste link.

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