ASTRONOMIA

James Webb detecta, pela 1ª vez, molécula de carbono em nebulosa

A molécula é essencial para a formação de vida. A descoberta foi celebrada por cientistas e divulgada pela Nasa nesta segunda-feira (26/6)

Aline Gouveia
postado em 26/06/2023 16:16
A detecção foi vista com entusiasmo pelos cientistas, pois pode lançar luz sobre a formação e desenvolvimento do planeta Terra -  (crédito: Divulgação/ESA/Webb, NASA, CSA, M. Zamani)
A detecção foi vista com entusiasmo pelos cientistas, pois pode lançar luz sobre a formação e desenvolvimento do planeta Terra - (crédito: Divulgação/ESA/Webb, NASA, CSA, M. Zamani)

Por meio do telescópio James Webb, uma equipe de cientistas internacionais detectaram, pela primeira vez, um composto de carbono. A molécula é essencial para a vida, pois auxilia na formação de estruturas mais complexas. O cátion metil foi detectado em um disco protoplanetário na Nebulosa de Orion. Conhecido como d203-506, o disco é um sistema estelar jovem e está localizado a cerca de 1.350 anos-luz de distância da Terra. A descoberta foi divulgada pela Agência Espacial Americana (Nasa) nesta segunda-feira (26/6).

A detecção foi vista com entusiasmo pelos cientistas, pois pode lançar luz sobre a formação e desenvolvimento do planeta Terra, e também a possibilidade de como desenvolver vida em outras partes do universo. Segundo a Nasa, a estrutura do telescópio James Webb foi fundamental para a observação ideal da molécula de carbono.

“Essa detecção não apenas valida a incrível sensibilidade do Webb, mas também confirma a postulada importância central do CH 3 + na química interestelar”, disse Marie-Aline Martin-Drumel, da Universidade de Paris-Saclay, na França, membro da equipe científica.

No centro desta imagem está um sistema estelar jovem com um disco protoplanetário chamado d203-506.
No centro desta imagem está um sistema estelar jovem com um disco protoplanetário chamado d203-506. (foto: Divulgação/ESA/Webb, NASA, CSA, M. Zamani )

Os cientistas envolvidos na descoberta acreditam que a maioria dos discos de formação de planetas passa por um período de intensa radiação UV, uma vez que as estrelas tendem a se formar em grupos que geralmente incluem estrelas massivas produtoras de UV. Em condições até então conhecidas, essa radiação destruiria as moléculas orgânicas complexos. No entanto, a equipe prevê que a radiação UV pode fornecer a fonte de energia necessária para a formação do cátion metil.

“Isso mostra claramente que a radiação ultravioleta pode mudar completamente a química de um disco protoplanetário. Na verdade, pode desempenhar um papel crítico nos primeiros estágios químicos das origens da vida”, explicou Olivier Berné, do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica em Toulouse, e principal autor do estudo.

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