Um estudo recente, conduzido por pesquisadores da Universidade da Califórnia e publicado no The Journal of the American Medical Association (JAMA), sugere que adultos que não mantêm controle adequado sobre a pressão arterial correm maior risco de desenvolver demência na velhice. A pesquisa indica que a doença pode causar atrofia cerebral de longo prazo e aumentar o risco de declínio cognitivo.
Os pesquisadores fizeram um estudo observacional com 427 voluntários, incluindo uma parcela significativa de indivíduos negros, grupo populacional frequentemente menos avaliado, mas altamente afetado por demências. As pressões arteriais dos participantes foram comparadas ao longo da vida com exames de imagem do cérebro feitos na velhice.
Os voluntários passaram por duas avaliações médicas, a primeira entre os 30 e 40 anos e a segunda por volta dos 70 anos, que incluíam ressonâncias magnéticas. A análise dos dados revelou que aqueles com pressão alta ou que desenvolveram hipertensão ao longo da vida apresentaram um volume cerebral menor na terceira idade.
Fatores de risco
A geriatra Thais Ioshimoto, do Hospital Israelita Albert Einstein, explica que "fatores de risco cardiovascular, como hipertensão, colesterol alto ou tabagismo, também são fatores de risco para o desenvolvimento de demências no futuro".
Além disso, a hipertensão de longa duração pode danificar as artérias cerebrais, especialmente as de pequeno calibre, resultando em declínio cognitivo e aumentando o risco de AVC.
A demência vascular, um tipo específico de demência, ocorre devido à atrofia cerebral causada por microinfartos cerebrais. Esse processo leva à redução do tamanho do cérebro, o que pode ser agravado pela hipertensão de longo prazo.
O estudo reitera a necessidade crucial de gerenciar fatores de risco modificáveis, como doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes, obesidade, estresse e tabagismo, para prevenir o desenvolvimento de qualquer forma de demência.
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