O telescópio espacial James Webb, conseguiu detectar, com a ajuda de uma combinação de curvatura gravitacional da luz, hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HPAs, na sigla em português) em uma galáxia a 12 bilhões de anos-luz da Terra. A descoberta surpreendeu os cientistas porque, na Terra, os HPAs são produzidos, em sua maioria, por incêndios florestais e na fumaça de escapamento de motores, mas também são encontrados em inseticidas e como precursores de outras moléculas.
A descoberta — que foi publicada na revista científica Nature em na segunda-feira (5/6) — dá uma nova visão sobre a galáxia SPT0418-47, uma vez que ao encontrar esses hidrocarbonetos indica que houveram importantes processos químicos e alguns dos ingredientes necessários para a vida no local.
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"Não esperávamos isso. Detectar essas moléculas orgânicas complexas a uma distância tão grande muda o jogo em relação a observações futuras. Este trabalho é apenas o primeiro passo, e agora estamos aprendendo como usá-lo e conhecer seus recursos. Estamos muito animados para ver como isso vai se desenrolar", afirmou o professor Joaquin Vieira, da Universidade de Illinois Urbana-Champaign e que também participou da pesquisa, em um comunicado.
"Os novos dados espectroscópicos nos permitem observar a composição atômica e molecular da galáxia, fornecendo informações muito importantes sobre a formação das galáxias, seu ciclo de vida e como elas evoluem", garante Kedar Phadke, que também participou do estudo.
Início da pesquisa
Vieira explica que o projeto relatado começou quando ele estudava galáxias muito distantes e difíceis de detectar, porque estavam obscurecidas pela poeira.
Esses grãos de poeira absorvem e reemitem cerca de metade da radiação estelar produzida no universo, o que torna a luz infravermelha de objetos distantes extremamente fraca ou indetectável através de telescópios terrestres.
Assim, a equipe concentrou o James Webb na galáxia SPT0418-47, que já tinha sido identificado como um uma galáxia obscurecida por poeira ampliada por um fator de cerca de 30 a 35 por lentes gravitacionais.
“Antes de ter acesso ao poder combinado das lentes gravitacionais e do JWST, não podíamos ver nem resolver espacialmente a verdadeira galáxia de fundo através de toda a poeira”, frisa Vieira.
"Os novos dados espectroscópicos nos permitem observar a composição atômica e molecular da galáxia, fornecendo informações muito importantes sobre a formação das galáxias, seu ciclo de vida e como elas evoluem", destaca Phadke.
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