Pesquisadores detectaram moléculas orgânicas complexas em uma galáxia a mais de 12 bilhões de anos-luz de distância da Terra — o aglomerado mais distante no qual se sabe que esse material existe. Graças ao Telescópio Espacial James Webb e análises da equipe, um novo estudo publicado na revista Nature oferece uma visão crítica sobre as interações químicas que ocorreram no início do Universo.
A equipe da Universidade de Illinois Urbana-Champaign, nos Estados Unidos, se concentrou no SPT0418-47, um objeto previamente identificado como uma galáxia obscurecida por poeira e que, pela distância da Terra, corresponde a uma época em que o Universo tinha menos de 1,5 bilhão de anos, ou cerca de 10% de sua idade atual. O James Webb ampliou a imagem por um fator de cerca de 30 a 35 por lentes gravitacionais.
Dados espectroscópicos do supertelescópio espacial sugerem que o gás interestelar obscurecido em SPT0418-47 é enriquecido em elementos pesados, indicando gerações de estrelas que já viveram e morreram. O composto específico que os pesquisadores detectaram é um tipo de molécula chamada hidrocarboneto aromático policíclico, ou PAH. Na Terra, essas moléculas podem ser encontradas no escapamento produzido por motores de combustão ou incêndios florestais. Sendo compostas por cadeias de carbono, elas são consideradas os blocos básicos de construção das primeiras formas de vida, disseram os pesquisadores.
"O que essa pesquisa está nos dizendo agora — e ainda estamos aprendendo — é que podemos ver todas as regiões onde esses grãos de poeira menores estão localizados, regiões que nunca poderíamos ver antes do James Webb", disse o estudante de pós-graduação Kedar Phadke, um dos autores do estudo. "Os novos dados espectroscópicos nos permitem observar a composição atômica e molecular do objeto, fornecendo informações muito importantes sobre a formação das galáxias, seu ciclo de vida e como elas evoluem."
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