Silicone industrial

Após morte de Lygia Fazio, entenda riscos do silicone industrial

Cirurgião plástico explica que o PMMA "é contraindicado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica para grandes volumes"

Yasmin Rajab
postado em 02/06/2023 11:00
 (crédito: Reprodução/Instagram/@lygiafazio)
(crédito: Reprodução/Instagram/@lygiafazio)

Você conhece os riscos da aplicação do silicone industrial no corpo? A modelo Lygia Fazio, de 40 anos, morreu nesta quinta-feira (1º/6) em decorrência de complicações após aplicação do material e polimetilmetacrilato (conhecido como PMMA, um componente plástico) nos glúteos.

Lygia estava internada há cerca de três semanas, após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). O cirurgião plástico Victor Hugo Cordeiro alerta que o PPMA é indicado em pouquíssimos casos, onde é utilizado para a melhora do contorno e da anatomia de pacientes que sofreram com lipodistrofias e alterações causadas pelo uso das medicações para tratamento do vírus do HIV. 

"É contraindicado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica para grandes volumes, e isso é recorrente. Infelizmente já aconteceu há algum tempo atrás, problemas com complicações do PMMA", disse o especialista. 

Victor Hugo explica que o PMMA é um material plástico, sendo assim, a substância não é absorvida pelo corpo, fazendo com que todo o conteúdo que infiltra e se espalha pelo tecido subcutâneo ou muscular possa ser infectado.

"A grande complicação é que é muito difícil de se retirar um tecido todo infiltrado", ressalta. "A partir do momento que ele (PMMA) é colocado, ele fica teoricamente inerte. Porém, uma infecção ou uma reação inflamatória muito grave pode gerar complicações e uma tendência de expulsão do tecido. Com ele espalhado, pode gerar grandes abcessos e ter que fazer cirurgias plásticas para remoção e reconstrução do tecido, que podem gerar graves infecções, podendo levar a septicemia e a morte", complementa. 

Opções mais seguras

O cirurgião plástico sugere outras maneiras de realizar procedimentos estéticos de uma forma mais segura. Uma das opções é a lipoenxertia, também conhecida como enxerto de gordura ou enxerto adiposo. “É um procedimento estético no qual a gordura é removida de uma parte do corpo por meio da lipoaspiração e, em seguida, é injetada em outra área do corpo para melhorar seu volume, forma ou contorno”, explica.

Outra opção é a prótese glútea, um implante utilizado para aumentar o volume ou melhorara forma dos glúteos. “É um procedimento cirúrgico conhecido como gluteoplastia de aumento. Nesse procedimento, uma prótese de silicone é colocada cirurgicamente dentro do músculo glúteo para proporcionar um resultado desejado.”

Victor Hugo também cita o aumento do bumbum com ácido hialurônico, que é um procedimento estético não cirúrgico. A substância é um tipo de preenchedor dérmico que é injetado diretamente na região dos glúteos para proporcionar um aumento temporário.

Em todos os casos, o especialista faz a seguinte orientação: “É importante ressaltar que todos os procedimentos devem ser feitos com um profissional capacitado. E deve ser feita uma avaliação do caso de cada paciente”, finaliza.

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