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Nasa diz que até 5% dos OVNIs não têm explicação até agora

No encontro promovido pela agência espacial americana, os cientistas confirmaram a existência de 800 fenômenos anômalos não identificados (UAP), como são agora oficialmente chamados pelo governo dos EUA

Helena Dornelas
postado em 01/06/2023 17:28 / atualizado em 01/06/2023 17:30
 (crédito: Reprodução NASA Video)
(crédito: Reprodução NASA Video)

Pela primeira vez na história, a Nasa realizou uma reunião pública sobre o estudo de objetos voadores não identificados — os OVNIs —, em que cientistas disseram já ter avistado 800 deles nos últimos 27 anos. No entanto, a principal conclusão do painel foi de que são necessários dados de maior qualidade para investigar adequadamente os avistamentos incomuns.

O painel foi lançado no ano passado, mas se tornou aberto ao público com o objetivo de estudar os OVNIs — fenômenos anômalos não identificados (UAP), como são agora oficialmente chamados pelo governo norte-americano — usando padrões científicos baseados em dados. A reunião pública desta semana antecede um relatório final que ainda será publicado.

O painel com especialistas destaca as centenas de visualizações que ocorreram no espaço aéreo da Terra, não no espaço nem mesmo no mar. Muitos deles podem ser explicados como aeronaves comerciais, drones civis e militares ou balões meteorológicos e de pesquisa. No entanto, entre 2% e 5% desses eventos foram considerados como "exibindo assinaturas que poderiam ser anômalas" e não são facilmente compreensíveis.

"Esse é um exemplo típico do que mais vemos. Nós os vemos em todo o mundo e os vemos fazendo manobras aparentes muito interessantes", explica Sean Kirkpatrick, diretor do Escritório de Resolução de Anomalias em Todos os Domínios (AARO) do Departamento de Defesa dos EUA. Além disso, Sean afirmou, durante a reunião, que eles recebem entre 50 e 100 novos relatórios por mês.

As localidades onde mais foram vistos as anomalias foram nas costas leste e oeste dos EUA, sobre o Oriente Médio e no Pacífico. No entanto, Kirkpatrick disse que é provável que isso seja pela amostragem, pois essas são as partes do mundo que são mais monitoradas pelos militares norte americanos.

Kirkpatrick relembra que um relatório do Pentágono em 2021 revelou que, de 144 avistamentos feitos por pilotos militares desde 2004, todos, com exceção de um, permanecem inexplicados. O diretor também destacou que as preocupações com a privacidade limitam as investigações da agência.

David Spergel, presidente da equipe UAP da Nasa, compartilhou um exemplo sobre a dificuldade de capturar dados mais claros: “Capturamos uma explosão de ondas de rádio na Austrália. A estranha estrutura das ondas inicialmente confundiu os cientistas até que eles perceberam que os instrumentos sensíveis estavam captando sinais de um micro-ondas usado para aquecer seus almoços.”

Durante o painel, Scott Kelly, um ex-astronauta, contou uma história sobre uma ilusão de ótica, quando ele e o copiloto estavam voando perto de Virginia Beach, quando seu colega acreditou ter encontrado um OVNI. Após uma investigação mais aprofundada, descobriu-se que se tratava de um balão do Bart Simpson.

A reunião de quarta-feira marcou uma mudança significativa na abordagem da Nasa, já que a agência espacial havia passado décadas desmentindo os avistamentos de OVNIs. Quando alguém do público perguntou "O que a Nasa está escondendo?", Dan Evans, assistente de pesquisa, respondeu que a agência está comprometida com a transparência, razão pela qual a reunião foi realizada ao vivo na TV.

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