Estudo

Surto de desinteria afetou residentes de Jerusalém no século 7 a.C

Estudo detectou a presença do protozoário 'Giardia' em duas latrinas pertencentes à Idade do Ferro — uma do século 7 a.C. e outra do início do século 6 a.C

Novas descobertas feitas por cientistas revelaram que os antigos moradores de Jerusalém podem ter sofrido com surtos de desinteria. Um estudo feito pela Universidade de Cambridge, publicado em março deste ano, revelou a presença de protozoários que causam a doença em duas latrinas pertencentes a Idade do Ferro — uma do século 7 a.C. e outra do início do século 6 a.C. 

Investigações microscópicas realizadas anteriormente ao estudo já haviam revelado que a população da época foi infectada pelos parasitas Trichuris trichiura (causador da tricuríase), Ascaris lumbricoides (lombriga), Taenia saginata (tênia) e o Enterobius vermicularis (oxiúro). 

Apesar disso, os protozoários responsáveis por causarem desinteria são frágeis e não sobrevivem bem em amostras antigas de maneira que sejam reconhecíveis por microscopia de luz. Entretanto, com a ajuda de kits de ensaio imunoenzimático, foi detectada a presença da Giardia (protozoário que causa a giardíase, uma infecção do intestino delgado) nas latrinas. 

O procedimento foi repetido três vezes, fornecendo a evidência de que doenças diarreicas infecciosas teriam afetado as populações do antigo Oriente. "O fato de esses parasitas estarem presentes em sedimentos de duas fossas de Jerusalém da Idade do Ferro sugere que a disenteria era endêmica no Reino de Judá", afirmou o autor do estudo, Dr. Piers Mitchell, em um comunicado. 

Um trecho do estudo explica que a desinteria se espalha com mais facilidade em ambientes com superlotação, falta de saneamento básico e sistemas de esgoto. "Podemos esperar que as primeiras cidades do Oriente Próximo tenham sido bem adequadas para doenças e surtos."

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