Um grupo de doze homens participa de um experimento para testar a ausência de gravidade e ajudar a melhorar as condições de astronautas que estiveram em missão espacial. Durante dois meses, os voluntários ficarão deitados em uma cama inclinada em ângulo de -6 graus, pois essa é a posição que os astronautas são submetidos no espaço.
"Entramos na fase exploratória espacial. Estamos realmente tentando ir à Lua e a Marte. Não é ficção. E isso implica voos de longa distância, de dois a três anos. A exposição à microgravidade tem impacto no conjunto dos sistemas fisiológicos (...) e provoca alterações que tentamos entender e prevenir", explica Audrey Bergouignan, do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS).
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O experimento está sendo realizado em Toulouse, no sul da França. Os dozes homens que participam da pesquisa não tiveram os sobrenomes divulgados. "No começo, você se vê perdendo peso todos os dias", relata Matthieu, um dos voluntários. Cabe destacar que todos os participantes do experimento são acompanhados por cerca de 100 pessoas, entre profissionais de saúde e pesquisadores.
Para comparar a evolução do organismo com o exercício físico realizado, os voluntários são divididos em três grupos: um deitado, que faz 30 minutos de bicicleta todos os dias; outro que não pratica nenhuma atividade física; e um terceiro que deve pedalar dentro de uma centrífuga humana em movimento.
"O objetivo é ver se a gravidade artificial criada pela centrífuga, ao girar, melhora os efeitos do exercício físico da bicicleta", explica a pesquisadora Marie-Pierre Bareille. A expectativa é que, se o experimento for bem-sucedido, os resultados possam ser aplicados a bordo de missões de longa duração no espaço.
Em uma viagem a Marte, por exemplo, os astronautas podem perder 15% de massa corporal, por isso os pesquisadores estudam as possibilidades de minimizar os impactos de longas atividades espaciais. A previsão é que o experimento seja concluído do início de julho.
Outros 12 voluntários participarão de pesquisa semelhante no próximo ano. Entretanto, os resultados não serão aplicados apenas no âmbito espacial, mas também poderão ser úteis na saúde.
"O conhecimento de um estilo de vida hipersedentário ajudará todo o mundo a saber como a falta de exercício físico afeta o corpo", observa Marie-Pierre Bareille, referindo-se aos idosos, ou a portadores de patologias como a osteoporose.
*Com informações da AFP
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