Composto recupera tecido cardíaco

Correio Braziliense
postado em 25/05/2023 06:00
James Phillips e colegas testam a substância 1938: efeitos promissores -  (crédito: UCL/Divulgação)
James Phillips e colegas testam a substância 1938: efeitos promissores - (crédito: UCL/Divulgação)

Uma pesquisa liderada pela Universidade College London, na Inglaterra, identificou um composto que pode estimular a regeneração nervosa após uma lesão, além de proteger o tecido cardíaco do tipo de dano observado em um infarto. O estudo, publicado na Nature, descreve a substância, denominada 1938, que está envolvida no crescimento celular.

Os resultados iniciais mostram que o composto aumentou o crescimento de neurônios em células nervosas e, em animais, reduziu o dano no coração após um grande trauma. Também devolveu a função motora perdida em um modelo de lesão nervosa. Embora mais pesquisas sejam necessárias para traduzir essas descobertas em aplicações clínicas, o 1938 é uma das poucas substâncias em desenvolvimento capazes de promover a regeneração nervosa, para a qual, atualmente, não há medicamentos aprovados.

Os cientistas descobriram que a administração do 1938 durante os primeiros 15 minutos de restauração do fluxo sanguíneo após um ataque cardíaco forneceu proteção substancial ao tecido em um modelo pré-clínico. Quando o composto foi adicionado às células nervosas cultivadas em laboratório, o crescimento dos neurônios aumentou significativamente.

Um modelo de rato com lesão do nervo ciático também foi testado, com aplicação da substância no nervo lesionado, resultando em maior recuperação no músculo da perna traseira, indicativo de regeneração do nervo. "Atualmente, não existem medicamentos aprovados para regenerar os nervos, que podem ser danificados como resultado de lesões ou doenças. Portanto, há uma enorme necessidade não atendida", destaca James Phillips, autor sênior do estudo. "Nossos resultados mostram que há potencial para drogas que acelerem a regeneração nervosa."

Agora, os cientistas trabalham no desenvolvimento de novas terapias para terminações nervosas periféricas e também investigam se o 1938 pode ser usado no tratamento de danos no sistema nervoso central devido, por exemplo, a lesões na medula espinhal ou doenças neurodegenerativas.

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