Como você reagiria ao saber que o mundo estaria prestes a acabar? Para investigar as possibilidades de comportamentos das pessoas em cenários catastróficos, uma equipe de pesquisadores decidiu utilizar um jogo de computador chamado ArcheAge — que permite construir casas e até comandar reinos. Durante o experimento, os participantes jogaram normalmente, completando as missões e subindo de nível. Entretanto, no final de 11 semanas, os jogadores foram informados que o servidor seria excluído e todo o progresso perdido.
O estudo analisou 270 milhões de registros de comportamentos dos jogadores no jogo. "Nossas descobertas mostram que não há mudanças aparentes de comportamento pandêmico, mas alguns valores discrepantes eram mais propensos a exibir comportamento antissocial (por exemplo, matar jogadores). Também descobrimos que, ao contrário do ditado tranquilizador de que 'mesmo se eu soubesse que o mundo iria desmoronar amanhã, eu ainda plantaria minha macieira', os jogadores abandonaram a progressão do personagem, mostrando uma diminuição drástica na conclusão da missão, no nivelamento e nas mudanças de habilidade", pontuaram os autores.
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Apesar dos resultados obtidos no estudo serem limitados, por se tratarem de uma simulação, os pesquisadores também apontaram uma tendência mais social dos jogadores, o que acabou gerando a formação de novas relações. O jogo ArcheAge é online e do tipo MMORPG (Massively Multiplayer Online Role-Playing Game), que suporta uma quantidade muito grande de jogadores simultâneos.
"Nossas descobertas de que o sentimento dos canais de bate-papo específicos do grupo social tendem a ser 'mais felizes' à medida que o fim dos tempos se aproxima é uma primeira indicação desse comportamento pró-social: as relações sociais existentes provavelmente estão sendo fortalecidas. Além disso, vimos que os jogadores que ficaram até o fim do mundo exibiram picos no número de pequenos agrupamentos temporários: novas relações sociais estão sendo formadas", afirmam os autores.
O estudo, que ainda não foi revisado por pares, foi publicado no periódico Proceedings of the 26th International Conference on World Wide Web Companion e pode ser acessado neste link.
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