Três perguntas para Jerry Tang, neurocientista da Universidade do Texas, em Austin

Correio Braziliense
postado em 02/05/2023 06:00
 (crédito: Arquivo pessoal )
(crédito: Arquivo pessoal )

Essa tecnologia poderia ser usada em alguém sem o conhecimento da pessoa cujo pensamento está sendo decodificado?

Não. O sistema deve ser extensivamente treinado em um indivíduo disposto, em uma instalação com equipamentos grandes e caros. Uma pessoa precisa passar até 15 horas deitada em um scanner de ressonância magnética, perfeitamente imóvel e prestando atenção às histórias que está ouvindo antes que isso realmente funcione bem nelas. Os pesquisadores testaram o sistema em pessoas não treinadas e descobriram que os resultados eram ininteligíveis.

Existem maneiras de evitar que o pensamento seja decodificado?
Sim. Os pesquisadores testaram se uma pessoa que já havia participado do treinamento poderia resistir ativamente a tentativas subsequentes de decodificação do cérebro. Táticas como pensar em animais ou imaginar silenciosamente contar sua própria história permitem que os participantes impeçam fácil e completamente o sistema de recuperar a fala à qual a pessoa foi exposta.

É possível que a tecnologia seja aprimorada para superar essas limitações?
Acho que agora, enquanto a tecnologia está em um estado tão inicial, é importante ser proativo ao promulgar políticas que protejam as pessoas e sua privacidade. A regulamentação do uso desses dispositivos é muito importante. 

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