MÉXICO

Crânios decapitados achados sob pirâmide indicam ligação com divindade maia

Arqueólogos encontraram cerca de 20 sepulturas humanas. Em sete delas, há ossos de pelo menos 12 homens

Correio Braziliense
postado em 26/04/2023 10:08
 (crédito: Divulgação/Projeto de Reforma Moral)
(crédito: Divulgação/Projeto de Reforma Moral)

Arqueólogos mexicanos, do Instituto Nacional de Antropologia e História daquele país, anunciaram, nesta quarta-feira (26/4), a descoberta de 20 sepulturas humanas sob uma antiga pirâmide maia. Os crânios foram encontrados com marcas de decapitação e podem indicar que a construção esteve ligada a "uma divindade do submundo maia".

A pirâmide, nomeada de Estrutura 18, está localizada na cidade de Balancán. O grupo de pesquisa, liderado pelo pesquisador Francisco Apolinar Cuevas Reyer, encontrou os crânios enquanto explorava uma área que fica 12 metros ao sul da escadaria da pirâmide.

Segundo o Instituto, os crânios encontrados são majoritariamente de adultos do sexo masculino e podem ser divididos em dois grupos: os datados do período Clássico Tardio (600-900 d.C.) e no período Pré-Clássico Tardio (300 a.C-250 d.C).

Cabeças deformadas de propósito 

Os restos mortais "apresentam deformação tabular oblíqua, "característica física que foi obtida intencionalmente, por imobilização da cabeça numa fase precoce de idade, porque elevou o status dos indivíduos na sociedade maia pré-colombiana. Da mesma forma, em dois indivíduos do Clássico Tardio, foi observada modificação dentária por lima e incrustações de jade nas peças frontais”, explicou o pesquisador Francisco Apolinar Cuevas Reyer.

Os crânios do Clássico Tardio estavam entre 35 e 57 centímetros de profundidade em relação à superfície. No total, 13 sepulturas compostas por crânios humanos masculinos, fragmentos de mandíbula e também ossos de membros inferiores e superiores foram recuperados. "Desse número de enterros, houve oito indivíduos que tiveram que ser decapitados e partes de seus corpos desmembradas e colocadas separadamente, para consagrar o templo", diz Cuevas Reyes.

Já as sete sepulturas do grupo Pré-clássico tardio, detectados a 60 e 87 centímetros de profundidade, correspondem aos ossos de pelo menos 12 indivíduos. "Alguns foram dispostos em posição sentada e lateral direita, no momento da morte, e outros foram levados para o local após um primeiro sepultamento (sepultamentos secundários), portanto vários esqueletos não apresentavam relação anatômica", afirmou o Instituto.

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