Arqueólogos mexicanos, do Instituto Nacional de Antropologia e História daquele país, anunciaram, nesta quarta-feira (26/4), a descoberta de 20 sepulturas humanas sob uma antiga pirâmide maia. Os crânios foram encontrados com marcas de decapitação e podem indicar que a construção esteve ligada a "uma divindade do submundo maia".
A pirâmide, nomeada de Estrutura 18, está localizada na cidade de Balancán. O grupo de pesquisa, liderado pelo pesquisador Francisco Apolinar Cuevas Reyer, encontrou os crânios enquanto explorava uma área que fica 12 metros ao sul da escadaria da pirâmide.
Segundo o Instituto, os crânios encontrados são majoritariamente de adultos do sexo masculino e podem ser divididos em dois grupos: os datados do período Clássico Tardio (600-900 d.C.) e no período Pré-Clássico Tardio (300 a.C-250 d.C).
- Arqueólogos recriam rosto de um dos primeiros habitantes do Brasil; veja
- Estagiário descobre tesouro escondido há 800 anos durante treinamento
- Novos procedimentos expandem o olhar da arqueologia e facilitam estudo
Cabeças deformadas de propósito
Os restos mortais "apresentam deformação tabular oblíqua, "característica física que foi obtida intencionalmente, por imobilização da cabeça numa fase precoce de idade, porque elevou o status dos indivíduos na sociedade maia pré-colombiana. Da mesma forma, em dois indivíduos do Clássico Tardio, foi observada modificação dentária por lima e incrustações de jade nas peças frontais”, explicou o pesquisador Francisco Apolinar Cuevas Reyer.
Os crânios do Clássico Tardio estavam entre 35 e 57 centímetros de profundidade em relação à superfície. No total, 13 sepulturas compostas por crânios humanos masculinos, fragmentos de mandíbula e também ossos de membros inferiores e superiores foram recuperados. "Desse número de enterros, houve oito indivíduos que tiveram que ser decapitados e partes de seus corpos desmembradas e colocadas separadamente, para consagrar o templo", diz Cuevas Reyes.
Já as sete sepulturas do grupo Pré-clássico tardio, detectados a 60 e 87 centímetros de profundidade, correspondem aos ossos de pelo menos 12 indivíduos. "Alguns foram dispostos em posição sentada e lateral direita, no momento da morte, e outros foram levados para o local após um primeiro sepultamento (sepultamentos secundários), portanto vários esqueletos não apresentavam relação anatômica", afirmou o Instituto.
Saiba Mais
- Política Aos 93, Sarney estabelece pontes em favor da reconstrução do país
- Brasil Covid-19: capitais alegam falta de doses da vacina bivalente
- Política Brasil e Espanha fecham três acordos nas áreas de educação, trabalho e ciência
- Ciência e Saúde Como terremotos detectados pela 1ª vez em Marte podem ajudar cientistas a entender melhor a Terra
- Holofote Lula não foi expulso de Portugal, ao contrário do que diz título de vídeo
- Brasil 1 ano e meio em coma: 'Nos deram 2% de chance, mas minha esposa acordou'
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.