Um estudo realizado por um grupo de cientistas e clínicos relacionados ao espaço dos Estados Unidos, Europa e América do Sul, publicado na última sexta-feira (21/4) no repositório Zenodo, alerta para os perigos da concepção humana descontrolada no turismo espacial emergente.
Os pesquisadores preveem que a indústria do turismo espacial está à beira da realidade comercial e que nos próximos dez anos pessoas com grande poder aquisitivo pagarão regularmente a empresas privadas para fazer voos espaciais que podem durar dias ou semanas, sendo inevitável o ato sexual entre os viajantes.
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Se os humanos se tornarem uma espécie espacial, o ato seria essencial para a sobrevivência da humanidade a longo prazo. Embora organizações governamentais como a Nasa proíbam expressamente os astronautas de tentarem fazer sexo no espaço, alguns cientistas se tornaram mais abertos a explorar a questão. No entanto, os autores da pesquisa afirmam que a indústria do turismo espacial, em geral, permanece calada sobre o assunto.
“Nosso ponto de partida foi um comentário descartável sobre sexo no espaço, mas quando verificamos, ficamos surpresos que o setor não tenha considerado abertamente os riscos e isso levou ao estudo”, disse o autor David Cullen, professor de astrobiologia e biotecnologia espacial da Universidade de Cranfield, no Reino Unido, em um comunicado.
Muitas questões importantes em relação ao sexo no espaço ainda deverão ser estudadas, como o ambiente de microgravidade e a falta de peso que ele causa nos astronautas, que sem dúvida complicará qualquer tentativa de uma relação sexual.
Segundo o estudo, essas condições não apenas dificultam as manobras físicas da relação sexual, mas também podem afetar negativamente a função sexual das pessoas. Há também a preocupação de que o espaço possa prejudicar a saúde reprodutiva humana, o que pode tornar a concepção e a gestação mais arriscadas do que na Terra.
Os pesquisadores acreditam que a hora de falar e estudar essas questões espinhosas é agora, antes que o negócio do espaço comece a crescer.
“Dada a importância de longo prazo da reprodução humana além da Terra, já que a humanidade está tentando se tornar uma espécie multiplanetária, precisamos levar a sério o possível primeiro passo, seja planejado ou especialmente se não planejado”, disse Egbert Edelbroek, um co-autor do relatório e chefe da SpaceBorn United, uma organização com sede na Holanda que estuda a reprodução no espaço.
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