ASTRONOMIA

Ao envelhecer, o universo se torna mais hostil à vida, diz pesquisa

A observação consta na nova edição da revista 'Nature'. Ainda segundo o estudo, as estrelas ricas em metais são menos adequadas para evolução de vida

Correio Braziliense
postado em 19/04/2023 15:53 / atualizado em 19/04/2023 15:53
Além de ajudar a aprimorar as buscas por vida fora do sistema solar, a descoberta pode ser útil em futuras missões espaciais -  (crédito: TERENCE DICKINSON/ESA)
Além de ajudar a aprimorar as buscas por vida fora do sistema solar, a descoberta pode ser útil em futuras missões espaciais - (crédito: TERENCE DICKINSON/ESA)

As estrelas são formadas por nuvens de gás compostas por hidrogênio e hélio. Por meio da fusão nuclear, esses corpos celestes são capazes de produzir outros elementos químicos, como os metais, a exemplo do lítio. Um estudo publicado na Nature Communications mostra que, embora as estrelas ricas em metais emitam menos radiação ultravioleta, a superfície de seus planetas é exposta a radiação mais intensa. Isso sugere que as estrelas menos ricas em metais são mais favoráveis à evolução de vida.

Segundo o estudo, essa metalicidade de uma estrela está relacionada à capacidade dos planetas se cercarem de camada protetora de ozônio. Os pesquisadores da Universidade de Göttingen, na Alemanha, também apontaram que, a medida que o Universo envelhece, é provável que ele se torne mais hostil à vida.

"Cada estrela recém-formada, portanto, tem mais material de construção rico em metal disponível do que suas predecessoras. As estrelas no universo estão se tornando mais ricas em metal a cada geração", disse Anna Shapiro, um das autoras do estudo e cientista do Instituto Max Planck.

"Como as supernovas enriquecem continuamente o Universo com elementos pesados ao longo do tempo, as estrelas que se formam posteriormente contêm cada vez mais elementos pesados e seus planetas fornecem condições UV menos favoráveis para a vegetação e o avanço da vida terrestre complexa", acrescenta a pesquisa.

Além de ajudar a aprimorar as buscas por vida fora do sistema solar, a descoberta pode ser útil em futuras missões espaciais, como por exemplo a Plato da Esa, que estudará uma vasta gama de estrelas em busca de exoplanetas habitáveis.

A pesquisa pode ser acessada na íntegra neste link.

 

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