Flórida

Cobra píton põe 96 ovos de uma vez só e quebra recorde; veja

Pesquisadores da Flórida, nos Estados Unidos, descobriram que, dos 96 ovos, 83 chocaram. O ocorrido pode representar um risco para o ecossistema do habitat da espécie

Correio Braziliense
postado em 05/04/2023 17:53 / atualizado em 05/04/2023 18:06
A maior ninhada de píton birmanesa com 96 ovos postos (dos quais 83 pareciam ter eclodido) descoberta como parte de um estudo em Reserva Nacional Big Cypress, Flórida, EUA. Os ovos/cascas apresentados foram retirados do campo e desidratados em estufa de secagem para preservação. -  (crédito: Reprodução/U.S. Geological Survey)
A maior ninhada de píton birmanesa com 96 ovos postos (dos quais 83 pareciam ter eclodido) descoberta como parte de um estudo em Reserva Nacional Big Cypress, Flórida, EUA. Os ovos/cascas apresentados foram retirados do campo e desidratados em estufa de secagem para preservação. - (crédito: Reprodução/U.S. Geological Survey)

Um estudo publicado na revista Reptiles & Amphibians, no final de março, documentou a maior ninhada já encontrada de espécies invasoras. Os pesquisadores da Big Cypress National Preserve da Flórida, nos Estado Unidos, descobriram 96 ovos da cobra píton birmanesa, uma espécie originária do sudeste asiático. Desses, 83 ovos eclodiram, o que pode representar um problema para o ecossistema do Everglades National Park.

“Pítons são documentados como tendo efeitos negativos no ecossistema do Everglades e eles provaram ser um problema complexo para os gerentes que tentam controlar populações. Esta espécie pode mover longas distâncias, usar diversos habitats, consomem uma ampla gama de vertebrados itens de presas e têm poucos predadores documentados”, ressaltaram os pesquisadores sobre a espécie invasora que se estabeleceu no sul da Flórida.

A píton que colocou os ovos foi rastreada dentro da Reserva Nacional Big Cypress, localizada no condado de Collier, no sul da Flórida. De acordo com o estudo publicado na revista especializada, a cobra fêmea mede 4,94 metros e ovipositou a ninhada em 23 de maio de 2022. “Acompanhamos de perto o ninho e observamos a fêmea cuidando da ninhada até seis dias antes de os ovos começarem a estalar. A eclosão ocorreu de 19 a 31 de julho de 2022. Em seguida, contamos os ovos e descobrimos que o ninho continha 96 ovos/cascas”, relataram os estudiosos.

  • A maior ninhada de píton birmanesa com 96 ovos postos (dos quais 83 pareciam ter eclodido) descoberta como parte de um estudo em Reserva Nacional Big Cypress, Flórida, EUA. Os ovos/cascas apresentados foram retirados do campo e desidratados em estufa de secagem para preservação. Reprodução/U.S. Geological Survey
  • O subconjunto dos 13 ovos inviáveis ??que faziam parte do maior da ninhada da píton birmanesa (96 ovos ovipositados) já documentada. Os ovos mostrados foram desidratados em um forno de secagem para preservação. Antes de serem desidratados, oito desses ovos originalmente pareciam de tamanho médio, enquanto o restante era menor e disforme. Reprodução/U.S. Geological Survey

Dos 96 ovos, 83 eclodiram e 13 estavam inviáveis e “mostraram sinais de decadência”. “Dos ovos inviáveis, oito tinham aproximadamente o mesmo tamanho dos ovos incubados (7,7 cm de comprimento), e os cinco restantes eram de vários tamanhos intermediários (6,7 cm de comprimento) a muito menor (5,5 cm de comprimento) e disforme em relação aos outros ovos”, o que, de acordo com os pesquisadores, pode explicar o fato de não terem chocado.

“Até onde sabemos, este é o maior tamanho de ninhada já documentado para uma píton birmanesa de vida livre. Poucos estudos registraram tamanhos de ninhadas com ovos para pítons selvagens [...] Além disso, descobrimos que apenas 83 dos 96 (86%) ovos ovipositados eclodiram, indicando que o número de ovos em uma ninhada ovipositada pode não representar um número igual de filhotes (ou seja, não resulta em 100% de sucesso na eclosão)”, explicaram.

Segundo os pesquisadores que publicaram o artigo sobre a ninhada, este registro “aumenta nosso conhecimento em expansão sobre a reprodução potencial redutor desta espécie invasora” e traz à tona os desafios, e a necessidade, de gerir esses filhotes da espécie dentro do parque de Everglades, para que não ocorra um desequilíbrio no ecossistema e resulte na extinção de algumas outras espécies como coelho do pântano, guaxinim ou veado.

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