MUNDO ANIMAL

Mais duas espécies de pássaros venenosos são identificadas; saiba os riscos

Duas espécies da Nova Guiné são as primeiras aves venenosas identificadas em mais de 20 anos

Cecília Sóter
postado em 04/04/2023 16:25 / atualizado em 04/04/2023 16:34
 (crédito: Reprodução/Wiley Online Library)
(crédito: Reprodução/Wiley Online Library)

Pesquisadores da Universidade de Copenhague descobriram duas espécies de aves venenosas na floresta tropical da Nova Guiné, as primeiras em mais de 20 anos. O artigo da descoberta foi publicado na revista científica Wiley Online Library, em 13 de fevereiro.

As espécies mais recentes a se juntar à lista de aves venenosas são o assobiador-regente (Pachycephala schlegelii) e a Ave-de-cabeça-ruiva (Aleadryas rufinucha). Elas são comuns na região Indo-Pacífico, mas só agora cientistas descobriram que são venenosas.

  • Pachycephala schlegelii Wiley Online Library.
  • Aleadryas rufinucha Reprodução/Wiley Online Library

"Conseguimos identificar duas novas espécies de aves venenosas em nossa viagem mais recente. Elas contêm uma neurotoxina que podem tolerar e armazenar em suas penas", disse um dos autores da descoberta, Knud Jonsson, do Museu de História Natural de Dinamarca.

Segundo os pesquisadores, o veneno presente no corpo e na plumagem dessas aves é chamado de batracotoxina, uma das neurotoxinas mais poderosas conhecidas pela ciência.

Altas concentrações de batracotoxina podem ser fatais para os seres humanos, pois desencadeiam convulsões violentas e, eventualmente, a morte, fazendo com que os canais de sódio no músculo esquelético fiquem travados em uma posição aberta.

Essa mesma toxina é encontrada em sapos venenosos, que carregam quantidade suficiente da substância na pele para que a pessoa envenenada sinta esses sintomas graves. No entanto, as penas dos pássaros são equipadas com doses mais baixas.

"Knud [Jonsson, do Museu de História Natural da Dinamarca] pensou que eu estava triste e passando por um momento difícil na viagem quando me encontraram com o nariz escorrendo e lágrimas nos olhos", disse o pesquisador da Universidade de Copenhague, Kasun Bodawatta, em um comunicado. “Na verdade, eu estava sentado lá colhendo amostras de penas de um Pitohui, uma das aves mais venenosas do planeta", completou.

O pesquisador explica que o envenenamento se dá por um contato próximo com a ave. “Retirar as aves da rede não é ruim, mas quando as amostras precisam ser coletadas em um ambiente confinado, você pode sentir algo nos olhos e no nariz. É um pouco como cortar cebolas — mas com um agente nervoso, eu acho", pontua.

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