O tratamento de covid-19 com anticorpos monoclonais reduziu o risco de hospitalização ou morte em 39%, em comparação a pessoas infectadas que não receberam o medicamento dentro de dois dias após o teste. O primeiro estudo em larga escala sobre os resultados desses medicamentos no mundo real (sem considerar os testes clínicos) indicou que pacientes imunocomprometidos, como transplantados e pessoas com câncer, foram ainda mais beneficiados.
Os autores, conduzidos pela Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, acreditam que o artigo, publicado na revista Annals of Internal Medicine, poderá, finalmente, fornecer uma diretriz para a saúde pública e a prática clínica. Isso porque, desde os primeiros testes com essa classe de medicamentos, logo no início da pandemia, ora se obtia resultados positivos, ora negativos, o que colocou em dúvida a eficácia dos anticorpos monoclonais contra o Sars-CoV-2. "Por dois anos, eles foram aprovados, revogados, às vezes reautorizados", relata o principal autor, Kevin Kip. "Finalmente, podemos concluir que enfrentar todos esses desafios salvou vidas e evitou hospitalizações."
No fim de 2020, a Escola de Medicina da Universidade de Pittsburgh abriu dezenas de clínicas e organizou visitas domiciliares para fornecer os anticorpos monoclonais a um grande grupo de pacientes na Pensilvânia, em Nova York e em Maryland. Em 30 de novembro de 2022, a autorização do uso de emergência desse tipo de medicamento foi revogada nos Estados Unidos. O estudo de Kip engloba o período em que havia aprovação e inclui 2.571 pacientes que fizeram o tratamento, comparados a 5.135 que, embora elegíveis, não receberam esses remédios.
O pesquisador reconhece que, atualmente, o risco de morte por covid é baixo na população em geral, mas acredita que a rapidez com que o vírus sofre mutações e se espalha deve manter os médicos em alerta. "Se no futuro vier uma variante mais letal, os dados do nosso estudo mostram que o tratamento com anticorpos reduz hospitalização e mortalidade", afirma.
O anticorpo monoclonal é produzido pelo organismo e direcionado para combater um vírus específico, evitando que entre na célula e cause doenças. No caso da covid-19, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda alguns medicamentos da classe para uso em pessoas imunocomprometidas com sintomas leves a moderados. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou quatro fármacos do tipo em caráter emergencial para pacientes com risco de agravamento do quadro e que não estejam recebendo suplementação de oxigênio.
Saiba Mais
- Mundo Italianos atiram toneladas de laranjas uns nos outros em festival
- Mundo A filha fruto de estupro de mulher com deficiência que anos depois identificou o pai e busca justiça
- Mundo Homem escapa de explosão em secadora após deixar lavanderia; veja
- Mundo Corredor de 93 anos conquista o público ao completar a Maratona de Paris
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.