Crianças nascidas de mães que tiveram covid-19 durante a gravidez podem ter maior probabilidade de desenvolver obesidade, de acordo com um novo estudo publicado no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, da Sociedade Endócrina, nos Estados Unidos. Segundo os pesquisadores, pode-se esperar que milhões de bebês serão expostos à infecção materna durante o desenvolvimento fetal nos próximos cinco anos.
“Nossas descobertas sugerem que as crianças expostas in utero à covid têm um padrão de crescimento alterado no início da vida que pode aumentar o risco de obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares ao longo do tempo”, disse Lindsay T. Fourman, do Hospital Geral de Massachusetts. “Ainda há muita pesquisa necessária para entender os efeitos da covid em mulheres grávidas e seus filhos”, completou.
Os pesquisadores estudaram cerca de 150 bebês nascidos de mães que tiveram a infecção pelo Sars-CoV-2 durante a gravidez e descobriram que essas crianças tinham menor peso ao nascer, seguido de maior ganho de peso no primeiro ano de vida, em comparação com cerca de 130 meninos e meninas cujas mães não tiveram a doença no pré-natal. Essas mudanças têm sido associadas a um risco aumentado de obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares.
“Nossas descobertas enfatizam a importância do acompanhamento de longo prazo de crianças expostas in utero à infecção materna por covid, bem como a ampla implementação de estratégias de prevenção entre gestantes”, disse Andrea G. Edlow, do Hospital Geral de Massachusetts. “Estudos maiores com maior duração de acompanhamento são necessários para confirmar essas associações.”