Um artigo aceito para publicação na revista científica Advancing Earth and Space Science aponta Ariel ou Miranda, luas de Urano, como possível local para abrigar vida. Pesquisadores reanalisaram os dados de radiação da Voyager 2 colhido há 37 anos na órbita de Urano e afirmam que a fonte é uma banda de partículas energéticas que antes eram vapor d'água.
“O interessante é que essas partículas estavam extremamente confinadas perto do equador magnético de Urano”, disse o principal autor do estudo, Ian Cohen, do Laboratório de Física Aplicada Johns Hopkins, em um comunicado. Com base nas observações da Voyager 2, parece que as partículas estão restritas a uma faixa entre Ariel e Miranda, o par mais interno das maiores luas de Urano.
Tal concentração é inconsistente com a explicação inicial para as partículas: de que elas se originaram da cauda da magnetosfera estranhamente inclinada de Urano.
A lua de Saturno Encélado libera vapor de água de gêiseres ligados a um oceano interno, e Europa provavelmente faz o mesmo, embora com menos frequência. Consequentemente, não há nada implausível sobre uma das luas uranianas, igualmente coberta por uma espessa camada de gelo, tendo uma fonte de calor em seu interior que pode manter líquido o oceano interno.
Da mesma forma, se Encélado puder liberar moléculas de água suficientes para fornecer uma porção substancial do anel E de Saturno, uma das duas luas certamente poderia ser responsável por essas partículas energizadas.
Existe, no entanto, uma explicação menos empolgante, a de que as partículas são o resultado da pulverização do gelo da superfície em uma das luas. A pulverização catódica ocorre quando partículas de alta energia de fontes como o vento solar atingem a superfície de um objeto sem atmosfera e soltam outras partículas.
Porque a pulverização ocorreria apenas em uma ou em ambas, Ariel e Miranda, e não em três luas de tamanho semelhante, não foi explicado, mas Cohen admite que é tão plausível quanto a hipótese do gêiser. “No momento, é cerca de 50-50, seja apenas um ou outro”, disse Cohen.
Cohen admite que provavelmente a questão não será solucionada — nem qual lua é responsável se for apenas uma — usando dados coletados pela Voyager 2 antes de seu nascimento. O encontro foi muito breve e o equipamento muito primitivo para prover dados precisos.
Com informações de IFL Science.
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