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Cientistas investigam as dietas que deixam o cérebro mais jovem

Tecidos cerebrais de adeptos da Mind e da mediterrânea têm a concentração de proteínas ligadas ao Alzheimer equivalente à de indivíduos até 18 anos mais jovens. Para cientistas, descoberta ressalta a importância da adoção de bons hábitos contra as demências

Estilo de vida

Na avaliação da autora do estudo, as descobertas sugerem que o benefício potencial de diferentes componentes dietéticos depende do consumo combinado com um padrão alimentar geral saudável. "O efeito de um único alimento ou de um grupo não impacta diretamente a patologia da doença de Alzheimer no cérebro humano", explica Agarwal.

A pesquisadora enfatiza que, além de incentivar o consumo de grupos alimentares saudáveis e ricos em nutrientes, como frutas e verduras, essas dietas recomendam uma menor ingestão de comidas com alto teor de gordura e açúcar, o que influencia na saúde cerebral. "A redução da ingestão desses alimentos comprovadamente reduz os fatores de risco cardiovasculares e, por consequência, há um impacto positivo na função cognitiva", complementa França.

Mas Agarwal reitera que, por mais que o estudo tenha ajudado a encontrar um dos mecanismos pelos quais a dieta ajuda a saúde do cérebro, são necessárias investigações mais profundas sobre esse fenômeno. "O mecanismo proposto é que tanto a Mind quanto a mediterrânea são ricas em nutrientes essenciais e compostos bioativos necessários para manter a saúde do cérebro, além de terem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias que podem ajudar a prevenir a carga amiloide e perda neuronal", diz. "Como próximo passo, planejamos investigar outros mecanismos potenciais através dos quais a dieta pode ter um efeito protetor no cérebro, examinando sua relação com fatores vasculares cerebrais e outras patologias."

*Estagiária sob supervisão de Carmen Souza

 

Combinação de regimes

Similares, as dietas Dash e mediterrânea consideram como base da alimentação os vegetais, o alto consumo de frutas, especialmente as vermelhas e antioxidantes, os azeites, as leguminosas e os cereais ricos em fibra, de acordo com Mariana Melendez, nutricionista da Clínica SIM — Saúde Integrada Multidisciplinar, em Brasília, e doutora em nutrição humana. Além disso, a dieta mediterrânea promove o consumo de gorduras do tipo insaturada, que são aquelas de origem vegetal, em detrimento das de origem animal.

Melendez explica que a dieta Mind foi criada como uma junção dessas duas dietas a partir do surgimento de estudos sinalizando a ocorrência de um declínio cognitivo mais lento. "A incidência reduzida de Alzheimer, Parkinson e outras doenças relacionadas à degeneração de neurônios foi associada, em alguns estudos, a pessoas que praticavam esse tipo de alimentação", diz. "A gente sabe hoje que os antioxidantes que vêm dessas frutas e vegetais protegem os neurônios de morrerem mais rapidamente. Então, a Mind consegue retardar o desenvolvimento de doenças que têm esse caráter degenerativo."

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